ADEUS, AMIGO!
O silêncio margeia a gente mas por dentro. Botaram um céu cinzento sobre a segunda-feira tardia de verão. Lamentar por alguém que amamos provar da mesma tristeza que sentimos é quase o altruísmo de vasculhar o formigueiro. Ou a colmeia.
– E esses pobres homens atravessados? Acreditam no poder, na fiável capacidade em fazer fronteira, garantem: serão líderes, admirados, novelescos. Atravessam porque jamais toleram haver com que ideia a não se dizer aceita liderada, pois toda ideia é livre. E atravessam porque sempre que faz calor há saudade do inverno e sempre ao luar é hora de reclamar o bronze e sempre que é ouro foi porque valeu à pena. Atravessar, na demência destes tempos, é forjar hierarquias. A dificuldade sincera em tentar caminhar ao lado. Precisamos todos nos ater a algumas verdades, delas tiramos que apagar uma fogueira não é o mesmo que eliminar o brilho, ou o mundo a girar para ver se nos encontramos do outro lado: aqui mesmo, ou que toda verdade só é real na equivalência. –
O silêncio nos arranca a sensibilidade de vez em quando. E hoje nos levou, daqui, uma voz soprana na luta contra os homens que atravessam. Muitos amigos choram. Amigos dos amigos também. Um gosto acre totalmente atravessado na garganta.