Demissão

Numa quarta. Depois da quarta chance. Milésima, talvez.

Chegou a hora de não darem a chance a tantos pensamentos positivos por ele proferidos e requentados para segurar, de instante a instante, a permanência em um lugar indesejado, frio, morto.

Quarta em uma sala fechada de azul prepotente, redundante.

Foi assim aquele fim.

Um fim esperado, um fim destemido...um fim apenas.

Racionalmente, um fim feliz.

Sugar o que teve de bom seria sempre a melhor opção para, sem mágoas, partir: um início glorioso de uma carreira, uns amigos, o amor! Deixar-se apoderar daquilo que ficou inteiro e forte, partir deixando os cacos daquele lugar, os restos mortais, o navio naufragando diante dos monstros da lagoa. Isso era sensato. A sensatez foi tomada e bem colocada diante da situação de liberdade plena. Há muito a perseguia.

Numa quarta,simplesmente, ciclos terminam; e vidas novas iniciam. Ficou com as duas opções. A parte grata ainda ficará ali para sempre. A outra parte,farta, desvencilhar-se-á sabiamente em busca de trilhar um caminho azul de alma, tirando da vista aquele azul arrogante e desmedido que já iludiu e decepcionou tantos olhares.

Como não ser feliz às quartas?

Caio Márcio Rocha Coriolano
Enviado por Caio Márcio Rocha Coriolano em 27/06/2015
Reeditado em 27/06/2015
Código do texto: T5291334
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.