Quem espera...

Naquele tempo, em que os casamentos eram arranjados pelos pais, chegou Claudionor na Fazenda Bela Vista que ficava na cidade de Conceição do Mato Dentro, para “pedir a mão” de Joana - a filha caçula do severo fazendeiro. Este ficou muito feliz porque chegara à sua casa o pretendente para uma de suas filhas.

Foi servido ao visitante café com biscoito e depois veio a resposta esperada com grande aflição por Claudionor.

Ele consentia, sim, no casamento, mas explicou que primeiro precisava casar Lourdes, a filha mais velha.

E assim, Claudionor entrou para a família e a cada ano nascia um filhinho em sua casa. Que família grande: dez crianças cheias de alegria e saúde. Mas a tristeza bateu à porta da fazenda, quando nasceu o décimo primeiro filho. Lourdes veio a falecer. Claudionor ficou completamente desorientado! Quem iria cuidar com carinho e paciência de todos os seus filhinhos?

Ele não precisou pensar muito. A Joana ainda estava solteirinha. Colocou todos os filhos no carro de boi e chegou novamente à casa do fazendeiro. E foi muito convincente em seu pedido: ou o sogro cuidava de seus onze filhos ou lhe dava a mão de Joana em casamento.

Assim Claudionor realizou seu antigo sonho de amor. Casou-se com Joana e em sua casa, a cada ano, chegava mais uma criancinha. Aos onze filhos de Lourdes, somaram-se os treze de Joana e todos testemunhavam a felicidade do casal!

(Esta história me foi contada por João Wagner, neto da Joana.)

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 14/06/2007
Reeditado em 16/06/2007
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