Seu eu fosse eu
É sabido que a pessoa humana é constituída por dois “EUs”: um interior e individual e o outro externo, aflorado, que se mostra as outras pessoas diuturnamente.
O “EU” externo é aquele a quem as pessoas costumam perceber e rotular com elogios ou depreciações, conforme as observações sobre a gente. Já o “EU” interno é aquele reservado em si mesmo e a intimidade de cada indivíduo. A esse conjunto chamamos psique.
Hoje compreendo porque costumo brigar tanto comigo mesmo. Enquanto o meu lado consciente procura amenizar, ter complacência, ser agregador e parceiro; o meu outro lado, “inconsciente”, é revolucionário, questionador, brigão e de um palavreado, por vezes, nada formal, onde palavrões têm assentos cativos.
Se eu fosse eu mesmo todo o tempo, quantos arranca-rabos teria provocado nessa minha caminhada pela vida. Quantas vezes teria mandado para os quintos dos infernos pessoas que me provocaram. Quantos palavrões eu teria vociferado na cara dos outros, e quem sabe, até sentir alivio na hora de deitar a cabeça sobre o travesseiro e dormir.
Mas não, o meu lado polido nunca permitiu, condena o meu inconsciente só de pensar, repreende-o por me instigar a trilhar veredas erradas e me põe a remover espinhos - dos outros - em caminhos dito por ele, de perfeição, embora eu sequer imagine o que venha a ser isto.
Muitas vezes sinto falta desse lado “psique” despudorado, da afoiteza, do saber dizer: “nem vem que não tem”; “vai ao diabo que te carregue” e seguir em frente como se nada houvesse acontecido.
Acredito que pensar um pouco mais em si mesmo faz bem. Preciso pensar menos nos outros e me cuidar um pouco mais. Conciliar os dois lados psíquicos para equilibrar a balança da vida e amenizar as possíveis divergências provocadas por esses dois lados incomuns.
Se um dia, pois, eu vier a ser eu mesmo, não se assustem, estarei sendo uma parte minha que vive no anonimato. Vou rezar porém, para não reencontrar tudo o que um dia já me tirou do sério. Dessa vez o meu lado polido vai se envergonhar do meu lado nem tão polido assim.
Rio, 21/04/2015
Feitosa dos Santos
É sabido que a pessoa humana é constituída por dois “EUs”: um interior e individual e o outro externo, aflorado, que se mostra as outras pessoas diuturnamente.
O “EU” externo é aquele a quem as pessoas costumam perceber e rotular com elogios ou depreciações, conforme as observações sobre a gente. Já o “EU” interno é aquele reservado em si mesmo e a intimidade de cada indivíduo. A esse conjunto chamamos psique.
Hoje compreendo porque costumo brigar tanto comigo mesmo. Enquanto o meu lado consciente procura amenizar, ter complacência, ser agregador e parceiro; o meu outro lado, “inconsciente”, é revolucionário, questionador, brigão e de um palavreado, por vezes, nada formal, onde palavrões têm assentos cativos.
Se eu fosse eu mesmo todo o tempo, quantos arranca-rabos teria provocado nessa minha caminhada pela vida. Quantas vezes teria mandado para os quintos dos infernos pessoas que me provocaram. Quantos palavrões eu teria vociferado na cara dos outros, e quem sabe, até sentir alivio na hora de deitar a cabeça sobre o travesseiro e dormir.
Mas não, o meu lado polido nunca permitiu, condena o meu inconsciente só de pensar, repreende-o por me instigar a trilhar veredas erradas e me põe a remover espinhos - dos outros - em caminhos dito por ele, de perfeição, embora eu sequer imagine o que venha a ser isto.
Muitas vezes sinto falta desse lado “psique” despudorado, da afoiteza, do saber dizer: “nem vem que não tem”; “vai ao diabo que te carregue” e seguir em frente como se nada houvesse acontecido.
Acredito que pensar um pouco mais em si mesmo faz bem. Preciso pensar menos nos outros e me cuidar um pouco mais. Conciliar os dois lados psíquicos para equilibrar a balança da vida e amenizar as possíveis divergências provocadas por esses dois lados incomuns.
Se um dia, pois, eu vier a ser eu mesmo, não se assustem, estarei sendo uma parte minha que vive no anonimato. Vou rezar porém, para não reencontrar tudo o que um dia já me tirou do sério. Dessa vez o meu lado polido vai se envergonhar do meu lado nem tão polido assim.
Rio, 21/04/2015
Feitosa dos Santos