DESALENTO
Em toda parte defrontamos com a tristeza surgindo em nosso meio sob diversas modalidades.
Presenciamos a tristeza no olhar inocente das crianças abandonadas, dos meninos de rua, daqueles que têm fome de pão e de justiça.
Tristezas de ricos que, inversamente, em vez de ajudarem o maior número de pessoas e pagarem salários satisfatórios a seus funcionários, visto serem estes, a razão do seu sucesso empresarial, preferem guardar dinheiro em paraísos fiscais, ludibriarem a lei para angariarem mais e mais recursos no afã de uma vida de rei, enquanto tantos irmãos carecem de tudo, privados até mesmo do mínimo necessário para a sobrevivência.
Tristeza de pobres que desprezam os ensinamentos sagrados de divindades como Cristo ou Buda e se aventuram na vida do crime, das drogas, dos meios ilícitos de ganhar dinheiro vislumbrando um mundo de sonhos e luxo, ignorando o verdadeiro sentido da felicidade que reside nas pequenas coisas da vida.
Uma pessoa pode sentir-se feliz tanto num palácio de monarcas como numa casinha humilde, basta ter Deus no coração, que é a verdadeira fonte da harmonia e da paz desejada.
A tristeza estampa-se também nos olhos de muitos jovens que abandonam o seu lado de esperança no porvir, o empenho que nunca deveria faltar na busca de objetivos elevados e se arruínam no caminho mundano de paixões inescrupulosas ou no submundo dos vícios e das drogas. Esquecem esses jovens que, quase sempre, o caminho não tem volta, sem contar com a profunda dor que causam a seus pais e entes queridos, que apesar de extremos esforços não conseguem demovê-los dessa vida de total falta de amor próprio e para com o próximo, cujo mau exemplo faz com que outros jovens se enveredam por esses mesmos caminhos.
Tristeza de presidiários que pagam duras penas por seus atos bárbaros e impensados. Se antes soubessem que além de terem que pagar a pena aos homens, também têm a própria consciência a lhes cobrar ininterruptamente o preço de seus crimes, pensariam duas vezes antes de concretizarem os atos condenáveis.
São inúmeros os motivos da tristeza que aflige a humanidade. É preciso fazer as coisas de acordo com a nossa mais sensata observância de consciência, e sempre com espírito altruístico buscarmos a alegria em tudo que fizermos. Essa harmonia somente com as coisas boas da vida será como um bálsamo a perfumar nosso caminho por toda a eternidade.
Finalizo as minhas considerações acrescentando a seguinte máxima de William Shakespeare: “Invente uma virtude mesmo que não a possua”.
Ouso acrescentar: pratiquemos essa inventividade até que a mesma faça parte de nossas vidas.