Eu te amo.

Eu te amo.
Está preso na garganta o desejo de dizer novamente. Um EU TE AMO cheio de dor e angústia.
Quando ao meu lado, não sentias amor e, vivia em fuga do olhar com um misto de culpa e certeza do erro. Uma presença fria, sem verdade e principalmente, sem cumplicidade.
Sabia desde no primeiro momento da descoberta da tua traição egoísta, que se tratava do começo do fim.
De um fim sem retorno, mesmo que o corpo e a alma gritem desesperados que NÃO, numa esperança morta e esquartejada de te ter de novo.
Para provar dignidade, gritei um nunca mais, mudo que só tive coragem de dizer a mim mesma, uma só vez, para o álcool.
O álcool que trazia prejuízo para a o corpo, mas não fazia tanto mal a alma, quanto tu me fizeste.
Sinto a tua falta. Uma falta tão presente, quase ali na esquina, do outro lado da rua, lembrando a cada segundo de vida, a tua existência e a tua presença.
Sinto falta do nosso jeito único de fazer amor, até com um olhar. Essa proximidade envenena a cada dia um pouco mais. Ao mesmo tempo, se transformou em tortura e em alívio social.
Está presente em meus pensamentos e em todos os momentos de minha vida: Acordada ou dormindo, em meus sonhos e pesadelos. E principalmente pela manhã quando percebo o travesseiro vazio. Presente com amor e desejo ou com ódio e aversão. Nunca com serenidade que vem da confiança que um dia a vida me roubou.
Finalmente: Estagnação. Um não brigar que agora representa guerra interna, da certeza de não poder mais te ter. Como tobogã sem fim, súbitas e descidas, recordando os bons momentos que se choca com a realidade sombria de tuas escolhas sem volta.
Sentimento de inércia espiritual que me levou a prática de novas ações para consumir a energia, fingindo estar melhor sem ti, e assim, com a repetição, chamar atenção para um corpo, com o desejo de seduzir com a alma, e ser novamente eu mesma, e não: UMA METADE DE UMA LARANJA PODRE, JOGADA NO CHÃO, ATRAINDO INSETOS, SEM VIÇO E QUASE SEM VIDA.
E, depois de tudo isso admitir: EU TE AMO. E, nunca deixei de te amar.


       
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A Regina Michelon
Enviado por A Regina Michelon em 04/06/2007
Reeditado em 07/07/2017
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