Carnaval de rua
Minha infância foi enriquecida com uma característica diferente em relação a esse folclore. Um vizinho de rua (João Totó) preparava todos os anos em seu barracão (uma garagem de charrete) um boi e um bode.
O bode deixava ver o condutor (projetado para ser "vestido" por ele). Já o boi era diferente, escondia o condutor em seu interior (nunca sabíamos quem era). E os dois saiam às ruas correndo feito doido e chifrando todo mundo. A diversão ficava por conta de correr, se esconder ou desviar de suas cabeçadas.
Um dia, sem maiores explicações, ele simplesmente parou com a brincadeira - provavelmente foi pressionado por políticos contrários à prática. Os "animais" eram feitos com armação de taquara e pano. A cabeça era a caveira de seus equivalentes vivos (revestidos também com pano).
Nosso carnaval naquele tempo era divertido. Quem não viveu isso, perdeu...