CRÔNICA DO TEMPO E DA ESPERANÇA

"O valor do tempo está nas causas que abraçamos, nos projetos que construímos e nas histórias que escrevemos, quotidianamente, com o sangue, o suor, as lágrimas e alegrias da vida...Humanização se constrói no tempo ético do cotidiano em movimento, no território de vida e comunidade".

Mais um ano deste início de milênio está terminando.

É o século 21 que avança.

É o ano de 2017 que corre veloz mundo afora, chegando ao seu crepúsculo...

É o ano de 2018 que bate à porta do tempo.

São velhos e novos desafios que se fazem movimento da história dos homens e mulheres, em seus processos pessoais e coletivos.

É o tempo que implacavelmente não pára.

E assim como o tempo em permanente movimento – movimento de rotação da terra: milésimos, centésimos, segundos, minutos, horas, dias e noites, semanas, quinzenas e meses -, cada um de nós vai ocupando um lugar no espaço.

Cada um de nós segue evoluindo (?) rumo ao futuro.

E o futuro é agora. O presente já é quase ontem. E o passado é a história.

A nossa corrida não é contra o tempo. É com o tempo.

Na nossa vida, cada segundo é importante, cada minuto, cada hora...

Imaginemos um minuto sem respirar e perceberemos o quanto um minuto é importante, principalmente quando se é acolhido por uma rede de cuidado, pautada nos princípios do SUS, com gente cuidando de gente, a serviço da vida ou quando falta a rede, o cuidado e se desprezam os princípios e valores éticos e morais que sustentam a vida.

Um minuto, simbolicamente, é o tempo que temos. Não podemos desperdiçar.

Nossos sonhos, nossos projetos precisam de um minuto;

Nossa interioridade, nossa espiritualidade precisa de um minuto;

Nossos filhos precisam de um minuto; nossos pais precisam de um minuto; a pessoa amada, amante e companheira precisa de um minuto; nossa família precisa de um minuto; nossos amigos precisam de um minuto; nossos vizinhos precisam de um minuto; a comunidade precisa de um minuto.

O valor do tempo está nas causas que abraçamos, nos projetos que construímos e nas histórias que escrevemos, quotidianamente, com o sangue, o suor, as lágrimas e alegrias da vida...Humanização se constrói no tempo ético do cotidiano em movimento, no território de vida e comunidade.

É assim que o tempo tem sentido. É assim que se dá sentido ao tempo.

Quando vivemos com sabedoria, quando lutamos com sabedoria e quando amamos com sabedoria, temos sempre o tempo a favor. Mesmo nas horas mais difíceis, em momentos de turbulências e vendavais, diante das mais terríveis tormentas ou tiranias sociais, se agimos com coerência, empregando nossas energias nas coisas que são essenciais, sempre saímos fortalecidos. Porque o tempo está para a essência do ser humano como está para o vinho.

O ano de 2017 corre veloz para chegar ao seu ápice histórico, para que suas marcas possam compor a biografia do tempo.

E muitos momentos do ano que está terminando coroam hoje a nossa memória: Memória pessoal, memória coletiva, memória histórica. E os mais de dois milênios da era cristã estão profundamente encravados em nosso chão cultural, político, econômico, religioso e comunitário.

Que a memória dos bons e maus momentos, nos leve a valorizar cada vez mais o tempo, cada vez mais a vida, cada vez mais o outro, o ser pessoa, o ser social, o ser comunitário, enfim, a nossa humanidade...Assim, haveremos de conquistar um novo tempo, com saúde humanizada e com a nossa gente cantando assim:

Caminhos de aprender

Caminhos de ensinar

Caminhos que levam ao povo

Ao território e lugar

Movimento de chegada

Movimento de acolhida

Movimento dos olhares

É o movimento da Vida

Que o verdadeiro sentido do Natal, na diversidade das crenças, costumes e valores que caracterizam nosso povo e os nossos territórios, que a luz brilhante gerada na Fonte Superior que irradia em nós, nos comprometa com tudo que aconteceu e ainda vai acontecer de bom neste ano de 2017 e, com tudo de bom que precisamos construir para que a vida se fortaleça e a paz se estabeleça plena, no ano de 2018. E que as nossas lutas, nossos ideais e os nossos projetos de vida sejam vitoriosos, rumo a um tempo de paz, fruto de uma humanidade mais cooperativa e solidária...Nesta permanente construção da vida que embala princípios e projetos de uma humanidade mais feliz e plena pelos quais ousamos sonhar, esperançar e lutar.

Quem sabe, não esteja iminente e inevitável, o momento do encontro com uma história mais humana! Onde todos e todas sejam povo, cidadãos e cidadãs plenos. E que ninguém se permita ser "massa de manobra", a rastejar como cobra impedidos de voar!

Feliz Natal! Feliz Você em 2018 – Feliz Ano Novo!