HUMILDADE
Sendo uma das virtudes mais admiráveis do ser humano, a humildade é, sem dúvida, aquela que mais nos aproxima dos deuses.
Contrariamente ao que muitos pensam, a pessoa humilde não é aquela impregnada de pobreza material e espiritual, sem personalidade, por vezes até fazendo passar-se por vítima das injustiças e da indiferença dos demais, mas é, isto sim, autêntica, resoluta, cônscia de sua missão terrena e do seu primordial papel de servir ao próximo.
A humildade não se baseia numa simples ajuda a alguém a quem temos simpatia, mas sim, em nossas atitudes sensatas diante de quaisquer adversidades, do uso do perdão e, sobretudo, da generosidade em cooperar com quem quer que seja, independente de nosso grau de parentesco ou amizade.
É de vital importância também atentarmos para o fato de que são muitos os casos de pessoas que se sentem muito mais gratificadas e felizes com uma sincera demonstração de amizade e consideração do que com uma ajuda qualquer. Desejam consideração sincera e não de esmolas.
Todavia, muitas são as oportunidades que temos para ajudar pessoas necessitadas, e tais oportunidades nos apresentam sob diversas modalidades: podemos ajudar financeiramente, naquilo que nos for possível, uma ou mais instituições de caridade, fazer visitas periódicas a essas mesmas instituições, conversarmos com as pessoas, estender-lhes a mão, cooperar com o pároco do bairro nas inúmeras atividades que visam a melhoria de vida dos mais carentes da comunidade, ajudar e orientar pessoas idosas ao atravessar as ruas, sorrir para as crianças, enfim, há várias oportunidades para demonstrarmos o nosso amor ao próximo, e, agindo nessa conformidade, haveremos de conhecer o verdadeiro sentido da vida, pois a corrente de pensamentos positivos que angariamos de tais pessoas e a satisfação pela caridade que praticamos nestes pequenos gestos nos levará, indubitavelmente, a um estado de real e sublime felicidade.
Quanto a prestar favores, até certo ponto isso nos parece fácil, porém, o difícil, e aí é que reside a essência da solidariedade, é dar a entender ao beneficiado que determinado préstimo nada exigiu de nós; que aquilo não foi nada. Isso sim, é a sublime prática da humildade.
Comumente muitas pessoas de classe média tendem a menosprezar os mais pobres, a não considerá-los, com o receio de se ver parecido com estes, pois sentem necessidade de mostrar o mesmo elã dos ricos, mas como não podem, sofrem por isso, fazendo de tudo para parecer o que na verdade não são. Não há maior falta de humildade do que isso.
Sigamos, portanto, cada qual com sua autêntica personalidade, cultivando o código moral que deve nortear todos os nossos passos, com elegância e galhardia em todas as fases da vida e distantes de vaidades banais, mesmo porque, o verdadeiro mérito tem apenas a alegria de compartilhar os seus feitos, de dividir os seus louros com os amigos, mas não gosta de se mostrar. Há diferença nisso.