PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS DORES
Apanhei de mim mesmo até saber, finalmente, que uma vida requer sim, algumas marcas... mas nem todas as que levamos foram realmente obrigatórias. Temos perfeitamente como viver e aprender sem certos traumas e sombras entre as cores de nossas mais que bem-vindas ilusões.
Foi aí que aprendi que o sofrimento, em determinados contextos e ocasiões é desnecessário. Inteiramente sem sentido e qualquer explicação plausível. Mesmo assim, ele porta o poder de transformar tais momentos em bem futuro. Suas marcas, ou até mesmo as marcas do que não deveria ter havido revelam sempre que dá para ser feliz, e com um tempero especial.
Agora sei que as boas fases também amadurecem. Que as alegrias ensinam tanto quanto as tristezas, o ranger de dentes e as frustrações reais ou inventadas... as que só não inventaríamos, caso pudéssemos prever o futuro.
Isto quer dizer que sei, também, que não há quem saiba o que sei agora, impunemente. Não há em todo o mundo, quem preste sempre atenção nas flores, e tão somente nas flores da missão. A verdade, nua e crua, é que nutrimos o vício de saber que as flores têm espinhos... até mesmo aquelas que não têm.