A CULPA É DE TODOS
De que valeram tantas manifestações "fora Dilma" e "fora Cabral"?
De que valeram tantas gritos de revolta e tantas mãos levantadas em protesto legítimo?
De que valeram tantos jovens tomando posse do palácio do planalto, em uma cena jamais vista em nossa história?
De que valeram informações sobre escândalos atrás de escândalos?
Nada. Absolutamente nada!
Nenhuma marcha, nenhuma mão, nenhuma bandeira, nenhum gesto digno de nota.
Nada. Absolutamente nada!
Nenhuma voz, nenhum sangue, nenhuma vida, nenhum sopro da tão clamada esperança.
Esta crônica não é um desabafo, mas, antes de tudo, uma constatação: o Brasil ainda dorme. O gigante é um grande palhaço! E o seu sono é pior do que se imaginava.
Na década de 90, como muitos jovens, estava protestando. Estive na avenida Rio Branco no Fora Collor. Houve mudança. Muitas coisas mudam e precisam mudar. É a ordem natural das coisas. É saudável até! Desde muito tempo, aqui em nosso país, a ideia de política é o sinônimo de roubalheira, de maracutaia, de troca de favores. Isso sempre existiu, independente de partido e ideologia. Porém, o que vemos agora é a total falta de pudor. Fatos atrás de fatos, notícias atrás de notícias, enfim, um turbilhão de coisas erradas expostas para quem quer ver. Como me sinto? Como um verdadeiro idiota.
Sinto muita pena do meu país. Entretanto, sinto também muita raiva. Sentimentos diferentes, mas coexistentes.
De que valeu o brado retumbante do ano passado?
Miseravelmente nada!