O ninho vazio...

Aquela viçosa samambaia de metro coloquei-a no terraço. Ganhava, diariamente, os meus cuidados, quando arrancava-lhe as folhas secas, adubava a terra e colocava a água na medida certa. Todos estes carinhos foram cancelados a partir do momento que, toda surpresa, percebi, no meio das ramas, um ninho com uma pardoca chocando seus ovinhos.

Somente de longe, então, acompanhava o desenrolar dos acontecimentos. No dia que nasceram os três filhotinhos eu me emocionei, mas não ousei dar-lhes nomes. A pardoquinha trazia sempre o alimento e eles foram crescendo. E eu vigiando, às escondidas.

Quando fazia frio ou ventava, eu ficava com aquela vontade de levar-lhes uma miniatura de cobertor! Pedi aos meninos que não fizessem barulho no quintal para não assustar a jovem mãe, pois os filhotinhos morreriam de fome se ela fosse embora.

Um dia, quando eu vinha "visitá-los" sorrateiramente, eles já estavam de partida. Cheguei a tempo de ver o último deles sair do ninho. E todos, felizes, acompanhavam a mãe que lhes ensinava o vôo e o caminho. E assim ganharam o mundo!

Eu fiquei toda sem graça olhando-os, em seu ainda incipiente vôo, com vontade de chamá-los de volta. Diante do ninho vazio, fiquei por algum tempo com aquela sensação de angústia e de perda. Comigo, eles estariam em mais segurança e poderíamos ser bons amigos.

Nunca mais, para minha tristeza, os meus lindos filhotinhos voltaram.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 25/05/2007
Reeditado em 25/05/2007
Código do texto: T501190
Classificação de conteúdo: seguro