“SER PEDRA É FÁCIL, DIFÍCIL, É SER VIDRAÇA. ”
                
“ Um passarinho não canta porque tem uma resposta, ele canta porque tem uma canção. ”
                                                  Provérbio Chinês
        Nosso cotidiano é cheio de altos e baixos, e hoje em dia é mais fácil ficar atento aos erros dos outros. Em uma sociedade como a nossa, colaborar para que problemas sejam solucionados, trocar ideias, buscar soluções é raro. Com certeza a maioria não serão sanados.
          Após refletir sobre as situações que via no dia a dia, percebi que não deveria ser massa de manobra e que poderia estar preparado para participar de uma mudança, até a grosso modo radical. Há momentos em nossa vida que realmente é preciso deixar aquela posição que achamos confortável em nossa ambição estritamente pessoal, e deixarmos de ser pedra, aceitar um novo desafio e virar vidraça.
          É uma forma de valorizar e respeitar nossa responsabilidade. Temos que nos lembrar que a vida é nossa única e verdadeira escola. Por esta razão temos que nos colocar numa posição meramente desconfortável e aprender com ela nos altos e baixos dos sonhos, da realidade.
          O importante, eu creio, nessa atual situação do nosso país, é estar focado ao trabalho desenvolvido, manter o que foi feito e fazer um grande esforço para continuar respeitando as ideias desconhecidas, sem se confrontar com quem descorda.
          Sei que parece um grande desafio virar vidraça, aceitar críticas de todas as direções, se manter firme para acreditar nelas, acreditando num bem maior, num bem comum. Na atual conjuntura, é muito fácil ser pedra.
          Ninguém quer ser vidraça, por que só quem oferece a face sabe o sentido da dor. Quando nossa bendita boca joga ao vento palavras, deixando escapar a dureza contida, esquecemos de manter, em nosso interior, a consciência de que tanto precisamos para sermos suaves. Se não as contivemos, a certeza é uma só: Seremos certamente infelizes, machucamos, direta e indiretamente, todos: rasgamos a carne, deixamos feridas abertas e filetes de sangue brotados nos olhos.
         Ser vidraça é olhar o próximo e sem ressentimento, é encara-lo como ele realmente é, com seus reconhecidos acertos e com suas falhas humanos. Sabemos dessa realidade: somos falhos, mas vendo neles mais acertos do que falhas. O positivo sempre vencerá o negativo. Esta talvez seja a razão do equilíbrio da dureza em sua maior parte do tempo.
          Mas temos que nos ater que há um pouco de pedra e um pouco de vidraça em nós nesse embate ferrenho, entre o bem e o mal. Quando não cuidamos de equilibrar esses lados, a vida se encarrega de nos tornar duros e com certas atitudes meramente perversas, como pessoas desinteressadas.
          Num momento de birra, agimos como criança às vezes, mas incessantemente temos o dever de tentar arrancar de nós, as raízes de amargura que nos mostram duros e enfraquecidos, isto nos enaltecerá, nos deixará com alma leve. A vida é uma grande e longa estrada, cheias de altos e baixos! Um dia somos pedras em outro somos vidraças.
          Temos que nos preparar para todas as adversidades. Quando estivemos numa posição num dia temos que nos ater que poderemos estar em outra noutro dia.
          Então, por que hoje não nos tornemos pedras que apoiam vidraças e vidraças que em outro momento apoiam pedras, mostrando transparência e luz em ambiente público, e nesse tempo de não tempo estaremos fortalecendo-nos como pedras e como vidraças numa visão e em um interesse comum?

“Os ausentes estão sempre errados. ”
              Provérbio Chinês

 
Léo Bargom
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 19/09/2014
Reeditado em 04/12/2015
Código do texto: T4967867
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