50- CRONICANDO: Ao meu amor
Ao meu amor.
Olho para o papel. Nada sai. Espremo, mas nenhuma ideia. Umazinha sequer.
Também pudera. Com esse turbilhão... Ah, o amor. E somente ele(A) para duelar com meu cérebro tão ateu para aquilo que não posso tocar, apenas sinto palpitar sob o peito.
Mas, como posso exteriorizar o que sinto se ele não é material? Então vem o beijo. O abraço. O colo. A companhia a pé em dias de chuvas, sol e enchentes, só para ficar pertinho, mãos dadas, uns beijinhos, um abraço.
E, de repente, entre uns beijinhos, passa-se sete anos. Mas como assim? Foi ontem que esperávamos a chuva passa, debaixo de uma árvore. E no outro dia a perguntei se ela gostaria de namorar comigo. E hoje estamos noivos. E em breve o enlace matrimonial nos envolverá, e então, virão os problemas, as superações, as crianças, e as bodas. E quando eu olhar para trás, lembrarei das caminhadas a pé, dos banhos de chuva, da volta para casa após o show de Cabrueira, e verei que tudo valeu a pena. Que tudo foi por você. Que tudo foi por nós.
Te amo.