A SAÍDA DE JOAQUIM BARBOSA DA NOVA CMC - CORTE DE MAIORIA DE CIRCUNSTÂNCIA

Quando o intrépido JOAQUIM BARBOSA encerrou a sessão do STF onde os mensaleiros já condenados em DECISÃO DEFINITIVA acabaram por ser parcialmente absolvidos, ele fez um dos mais graves alertas à Nação e àqueles que ainda prezam a harmonia e independência dos três Poderes.

E foi enfático, falou com todas as letras, sem meias palavras, nem vazias e ilusórias retóricas. Afirmou em alto e bom som, entre outras coisas: “ESTÁ FORMADA NESSA CORTE A MAIORIA DE CIRCUNSTÂNCIA... esta maioria de circunstância reformará tudo... argumentos pífios jogaram por terra um trabalho jurídico perfeito executado por essa corte... MAS ESSE É SÓ O PRIMEIRO PASSO... sanha reformista... etc. etc.”.

Sentia-se no tom de sua voz, um desalento total e se não me engano, uma pontinha de vergonha de seus pares. Ali ele já estava dizendo claramente que deixaria aquele ambiente deletério, penso.

E não deu outra, poderia ficar ali mamando por mais onze anos e, se não pactuando, tendo que engolir calado, toda sorte de “TENEBROSAS TRANSAÇÕES” afetando um Poder Maior, claramente subserviente ao único Poder que realmente comanda o Estado Brasileiro – o Executivo, porque detém este as chaves do cofre nacional, com o qual compra facilmente o Poder Legislativo, composto, em sua maioria por comensais, oportunistas, marginais, detentores de grandes fortunas pessoais e poderes coronelísticos e pelegos travestidos de parlamentares.

Estava na cara que um homem com a envergadura moral como a dele, coisa tão rara nesta República da safadeza, não iria suportar mais o ambiente e já não se dispunha a correr o risco de acabar comendo lavagem.

Afinal, cumprira com galhardia o seu dever patriótico, moral, ético-profissional e deixou, nem que seja simbolicamente, uma lição para os ratos que a essa altura, festejam e já começam a dançar sobre a mesa, “comemorando a ausência do gato”.

A fala do PRESIDENTE DO ENTÃO STF, foi incisiva, gravíssima, mas a grande imprensa, também comprada, pouco ou quase nada repercutiu. Falou mais alto para ela, o rio de dinheiro que a sustenta com as falsas propagandas governamentais, dignas de um cenário de George Orwell.

Mas deixem estar; depois do primeiro passo a que se referiu o valoroso Joaquim Barbosa, os seguintes já estão dados (só não vê quem não quer) e muitos outros virão e, se vingarem, todos, inclusive e principalmente a grande imprensa vendida, pagarão um altíssimo preço.

Esperemos que não se concretize e viva o grande e último Presidente do STF já podendo esse Órgão, por óbvia consequência, ser também conhecido por CMC: CORTE DE MAIORIA DE CIRCUNSTÂNCIA.