NÃO FAZER TENDO O QUÊ FAZER

NÃO FAZER TENDO O QUÊ FAZER 060.514

O título conduz-nos, diretamente , pelo menos, à palavra preguiça. Todavia não é assim tão direto. Em primeiro lugar é preciso saber o quê é que há para fazer e porque houve recusa. Imagine que há um serviço de pedreiro e você não sabe como fazê-lo. Neste caso não temos a preguiça a guiar nossa não-ação e sim o desconhecimento. É preciso que um pedreiro o faça e você deve acompanhá-lo para aprender e tenha certeza que esta é uma boa medida porque da próxima vez você poderá fazê-lo. Ainda, de quebra, é mais um item no rol de suas capacidades. Se você não acompanhar estará perdendo preciosa oportunidade de aprender, uma vez que tudo o que soubermos como fazer deixa-nos muitas vezes em vantagem.

Ontem houve uma situação de emprego de conhecimentos anteriores. O pedreiro estava assentando a grade de aço que cobre a canaleta, condutora de água pluvial, a qual está instalada na calçada e cuja extremidade estava entortada graças a um carro que bateu no poste do qual a canaleta fica perto. O pedreiro já estava removendo a grade quando cheguei e lhe sugeri que com uma alavanca poderia desentortá-la. Aceitou a sugestão e, em minutos, a grade estava desentortada; aí foi só questão de terminar a sua instalação, coisa de dez minutos. Eu não sabia o serviço de pedreiro porém como trabalhei com serviços de caldeiraria (manutenção de vagões) logo vi que desentortar no lugar seria mais fácil e rápido do que removê-la e então reassentá-la. Assim, fazer de um modo e não de outro não significa que havia preguiça rondando a situação! Como esse exemplo há diversos outros.

Fazendo uma inversão do título “Fazer não tendo o quê fazer” realiza uma situação que não representa uma forma de eliminar a preguiça já que não havia o que fazer. Ou havia? Claro que há! Não tendo o quê fazer pode-se aproveitar a situação para, por exemplo, ler um livro, uma revista, escrever um texto e assim por diante. Ainda há o caso maior que é o de procurar o quê fazer. Talvez esteja até escondida aquela coisa a ser feita, por menor que seja. Veja este exemplo: a sala está perfeitamente arrumada, cada coisa em seu lugar. No seu canto, sobre a mesa, há um vaso vazio. Que tal ir até o jardim da casa, colher algumas flores, e colocá-las naquele vaso? Com toda certeza aquele canto, agora florido, deixará a sala mais bonita. Este é um pequeno exemplo, que quase nada custa para ser feito e cujo resultado sempre vale a pena!

Como se pode deduzir, sempre há o quê fazer, o que culmina com a oportunidade de não dar espaço à preguiça, que é muito fácil de surgir, deixando para trás algo a ser feito, possivelmente emprestando outro visual àquele ambiente ou àquela peça....

Sorocaba, aos dezoito dias do mês de maio do ano de 2014.