A Lógica é a Mesma

Arnaldo era um garoto frustrado. Sua frustração cresceu a partir de uma construção feita por familiares.

Começara a namorar e um tio disse que ele logo que se separou, que não conseguiu dar conta do que o parente chamou de rapariga.

Era criticado por uma tia por não conseguir guardar dinheiro.

Quando chegava em casa com sue boletim escolar, feliz por ter conseguido um 9,0, o pai questionava o porque de não ter tirado 10,0.

Um primo comentava que deveria ser mais focado e buscar realizar algo mais concreto, já que suas coisas eram tão pueris e com o tempo se diluíam.

Cresceu com as ingratas perspectivas.

Foi em uma festa familiar, que o tio contava triste sobre seu divórcio e Arnaldo, taxativo, disse que o parente não poderia estar assim por não ter conseguido dar conta daquela rapariga que outrora chamava de tia, causando espanto nos familiares ao redor.

O primo que, que sempre falava de foco e era filho do sujeito em pranto, quis tomar a defesa, sendo surpreendido por outra fala do rapaz. Disse que seu foco era sempre tão restritivo que hoje, estava sem conseguir consolar o pai e perdendo o convívio da mãe, o que deixava claro o quanto pueril eram as relações naquele ambiente familiar.

A tia, irmão do choroso, fez um ar de quem iria intervir, só que mais uma vez, Arnaldo foi certeiro. Disse que a tia, por só guardar dinheiro, jamais conseguira estocar solidariedade e gestos que confortassem quem quer que fosse. O que justificava o fato de ser uma mulher solitária e amarga.

Por fim, seu pai apareceu tentando apaziguar os ânimos. Dizendo que nada seria como antes. Que o tio e os parentes deveriam pensar que a vida exige muito da gente e não é possível dar conta dela, que deveríamos viver apenas os 40% possíveis de encarar.

Nessa hora, Arnaldo se levanta e diz:

— Pai, não passa de um hipócrita. Sabe, melhor do que ninguém que 40% é totalmente reprovável e que todos deveriam buscar e alcançar os 100%. Resultados abaixo disso, são conseqüência da falta de iniciativa e comprometimento das pessoas em alcançar metas.

Foi quando Arnaldo ganhou o mundo sem olhar para trás.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 04/05/2014
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