A SIMPLICIDADE DO ROMÂNTISMO
A SIMPLICIDADE DO ROMÂNTISMO
Era noite, e o sussurrar da brisa, era como uma canção feita para amar. As deliciosas fragrâncias das flores passavam ao alcance da minha inspiração com uma suavidade, misturado a goticulas de neblina que, aos meus olhos eram quase imperceptíveis, iam se deixando depositar por sobre as folhagens do jardim em forma de orvalho.
Sentado em um banco, naquela praça, contemplava aos transeuntes que iam e voltavam, ou simplesmente iam rumo a alguns lugares. Casais chegavam, sentavam sobre os bancos para namorar. Outros de mãos dadas circulavam sem a preocupação dos olhares de quem por certo olhavam esses movimentos, visitantes curiosos, uma vez que, tais cenas já são bem escassas e difíceis de serem vistas nas grandes cidades.
Pude perceber, que apesar das falácias oposicionistas ao romantismo entre as pessoas, ele ainda existe. Observei também, que esses homens e mulheres serão eternos apaixonados e que vivem seus romances, suas paixões e seus amores, como sempre viveram e creio eu, que sempre viverão desde que tenham tempo e oportunidade para vivê-los.
Como melhor seria se a vida neste mundo, se permitisse dar as mãos uns aos outros e deixasse o eterno romantismo desabrochar em todos os lugares, com todos os amores que temos e acabamos por desperdiçar com coisas frívolas, que não nos levam a lugar nenhum e em nada acrescentam a nossa vida.
A beleza do viver está nas coisas modestas e que, com a pressa que impomos a nossa existência, deixamos de perceber o lado maravilhoso de tudo o que é simples e que a natureza nos proporciona.
O cantarolar dos pássaros, o sussurrar dos ventos sobre as folhagens, o murmurar das águas nas corredeiras dos rios e riachos, o azul do infinito, o quebrar da barra ao nascer do sol, o por do sol, a chuva que cai... Isto tudo a formar uma doce e linda sinfonia, que gênio algum da música, jamais atingiu ou atingirá tal perfeição.
Bendito seja o Grande Construtor de toda essa exuberância, dessa infinita beleza, encontrada nessas pequenas coisas e que quase sempre lhe renegamos o mérito devido.
E nós, criaturas Desse Criador, a perdermos nosso preciosíssimo tempo com as banalidades criadas por nós mesmos, ao invés de nos deleitarmos com as preciosidades criadas para nós.
Filhos ingratos, “aprendei a vos amar como eu vos amei e tudo renovará sobre a face da terra”.
Este é o jardim que Eu criei e lhes dei em confiança, não o destruam sob pena de também serem destruídos. A terra é o paraíso prometido e o homem a “minha imagem e semelhança”, porém seus pensamentos, não comungam dos meus.
Até quando conseguiremos sobreviver a nossa indiferença, a tudo que nos podem tornar felizes. Reconheçamos na simplicidade da pródiga mãe natureza o mérito de nossa própria existência e assim, sejamos felizes.
Rio, 30 de maio de 2007.
Feitosa dos Santos, A