COISAS DE UM DOIDO POETA

Sabe, as vezes me calo, pois o silêncio me obriga a calar-me.

O silêncio é cruel, amordaça a minha boca, sufocando as minhas palavras.

E estas palavras sufocadas se acumulam, se sentem cerceadas, barradas e se amontoam e se degradiam e se magoam e ferem o meu coração que sangra, que chora, que se desespera por tanta dor...

Sabe, mas vez por outra percebo, então, que algumas destas palavras não merecem ser ditas, porque elas traduzem o que sinto por um alguém que não merece ouvi-las, pois que não percebe e nunca perceberá o que dizem as palavras ditas pelos meus olhos.

Então, fico assim, mudo e introvertido e não digo para esta pessoa aquelas palavras que o silêncio obrigou-me a calar, quando eu não queria calar e que, quem sabe um dia, vou morrer sem lhe ter dito tudo...

(wfjunior)