Votar para mudar
(Texto publicado no jornal O Popular, seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, em 27-09-94)
Faltam poucos dias para a eleição, que será uma das maiores da História do Brasil. Cerca de 90 milhões de eleitores vão às urnas. Há aproximadamente 35 mil candidatos disputando 1700 cargos, desde deputado estadual a presidente da República. O mandato eletivo será de 04 anos, exceto para senador, que continua em oito anos.
Com as eleições juntas o eleitor vai votar em candidatos com características semelhantes, tornando maiores as possibilidades de o presidente ter afinidade política com o Congresso e com os governadores e estes com as Assembleias Legislativas. São o que os políticos e a mídia chamam de “eleições casadas”.
Mas a verdade é que o eleitor brasileiro anda desacreditado dos políticos, que nos últimos mandatos só fizeram roubar e roubar. A notícia mais recente de corrupção é a de que os senadores candidatos à reeleição utilizaram a gráfica do Senado para imprimir calendários eleitorais e cadernos. O senador Humberto Lucena teve o registro eleitoral cassado, mas disse que vai recorrer. Há poucos políticos confiáveis. Somente com a eleição, processo democrático, é que se pode reverter esse quadro, ou seja, com o eleitor votando em candidatos que querem fazer política pelo interesse social.
Nas últimas eleições houve fraudes e corrupção eleitoral, em que o eleitor foi enganado, fisgado como um peixe. Mas nestas eleições o TSE impôs regras rígidas visando uma campanha eleitoral justa e transparente, para que sejam eleitos os melhores, ou, pelo menos, os políticos verdadeiros. Contudo, o eleitor deve analisar bem cada candidato, saber quem está falando a verdade, e quem tem promessas reais.
Só assim valorizando o voto o Brasil será passado a limpo. Votar em branco ou anular o voto não será a solução. É omissão. É preciso mudar!