Mais Um Caso Para As Páginas Policiais
Na rua, alguns vizinhos comentam sobre uma mulher e uma criança mortas a tiros. O esposo, o qual praticou o crime, havia descoberto horas antes que a tal criança ao lado não era seu filho. No meio disso tudo, saíram os seguintes comentários:
Vizinha 1: - Uma pena! Que culpa tem a criança da mãe ser uma safada?
Vizinha 2: - Mas isso não justifica matar também a mulher! Ter filho de outro não quer dizer que ela seja safada.
Vizinha 3: - Ah, mas se fosse eu, também teria feito o mesmo. Não mataria a criança, porque ela não tem culpa da mãe que tem, mas o marido com certeza deve ter ficado com muita raiva ao saber que não era o pai. No seu lugar, também ficaria.
V.1: - Mas ela era uma sem vergonha. Como conseguiu enganar o marido durante todo esse tempo? Uma mulher casada e tendo filho com outro, se não é safada é o quê?
V. 2: - Muitos homens enganam as mulheres e fazem coisas muito piores, ninguém diz nada, acha normal. Agora só porque é mulher é chamada de safada e de puta? Isso é preconceito.
V. 3: - Mas homens não engravidam e enganam suas esposas até depois que o filho cresce. Por que ela não contou pra ele se era uma mulher decente?
V. 1: Sei lá... Só sei que ela mereceu. Isso poderia acontecer mesmo. Ela sabia que o marido ia ficar com raiva e não perdoaria. Foi o que aconteceu... ele não segurou a barra e matou-a. Infelizmente, matou também a pobre criança.
V. 2: - Chega! Não vou ficar discutindo com vocês. Não entendem que nada justifica o crime. Se acontecesse com vocês? Uma pena que pensem assim!
V. 1: Bom, só falei o que acho. Cada um pensa do seu jeito. Essa é a minha opinião.
V. 3: Concordo! Opiniões diferentes e devem ser respeitadas...
E trocando olhares de descontentamento, as três se separaram Cada uma com seu pensamento; cada uma para cada lado. Para a mulher caída ao chão, a sentença já estava dada. Ela não tinha mais saída, não tinha escolha. Estava sendo julgada, sem o direito e possibilidade de se defender, pelos próprios vizinhos e quem quer que soubesse da notícia. Esta, corria solta como vento. Nas rádios, na TV, nos jornais e na internet, estava o seu corpo estampado nas fotos, sem qualquer tipo de venda. Mas agora tudo parecia resolvido. A mãe merecia. o marido seria preso ao encontrá-lo. A criança, agora se tornaria anjo. Pois é assim que as coisas são tratadas: aqui se faz aqui se paga! Sem meio termo. Mal sabem elas ( as pessoas ) que no mundo ninguém é totalmente bom e totalmente ruim. As duas faces andam juntas. Embora, a maioria das pessoas queiram demonstrar melhor a que lhes caem bem. Enfim...no final, todos seremos julgados por alguém, não há ninguém perfeito. Se houver e conhecer alguém digno de perfeição, não me apresente! Seria, no mínimo, um insuportável.