Polícia Civil
(por Alonso Rodrigues Pimentel, publicada no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 13-09-94)
A Polícia Civil de Goiás está em crise; os policiais civis reclamam da falta de salários dignos e condições de trabalho. Os delegados de polícia reivindicam isonomia de salários com Ministério Público e reclamam da ingerência política, o que os impede de cumprir a lei, por serem transferidos e até punidos. (Certa vez, aqui em Rio Verde, um delegado de polícia foi recolhido, de imediato, para Goiânia, por não atender um pedido político para soltar um detento às 3 horas da madrugada). Apesar disso, a Polícia Civil de Goiás, sob a direção do delegado de carreira, Dr. Antônio Martins França, é considerada a 4ª melhor polícia do Brasil.
O Ministério Público (que exerce constitucionalmente o controle externo da atividade policial) está fazendo uma fiscalização em todas as delegacias de polícia do Estado, com objetivo de saber se há paralisação de autos de inquérito e se há interferência política, conforme declarações públicas do presidente da ADPEGO – Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás -, Dr. João Campos. É notório que em delegacias de polícia muito movimentadas há inquéritos que não têm o andamento normal por falta de policiais para fazerem as investigações e até por falta de viaturas.
Quanto às reivindicações de salários, viaturas, etc., o governador Agenor Rezende disse que o Estado está em desenvolvimento, que só aos poucos esses problemas vão ser sanados e que outros órgãos também se encontram em dificuldades, como a educação e a saúde. E anunciou um aumento a todo funcionalismo. A Polícia Civil de Goiás quer ser a melhor polícia do País, todavia, precisa de incentivos do Governo.