UM GRITO
Carlos Silva
O meu grito, não é mouco, não é vazio não é um lamento.
O meu grito, eu expresso em tons, melodiando notas musicais, enaltecendo o grito de tantos que lá atrás gritaram por mim.
Meu brado, são os bordões do meu violão que transformo em gritos, não de dor, mas de luta e de liberdade;
Meu canto, são para essas vozes que jaz ao pó da terra por baionetas invisíveis, e coturnos lustrados de covardia, num tempo em que não era bom tempo gritar.
Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.
Meu canto é dedicado a estes rostos, sem corpos, corpos deitados n’algum lugar, onde talvez jamais serão encontrados.Faz-me lembrar uma canção de um compositor Itamirense em que ele diz:
”Você ainda me pede, uma canção que fale do meu tempo, como posso cantar se o meu canto se perde ao vento?,” José Milton Souza Dantas.
Cantemos, pois estes rostos sem corpos, merecem que cantemos, pois o seu grito ainda hoje ecoa nos meus ouvidos como um grito de liberdade.