O que são dois pontinhos azuis no horizonte?
(Crônica dedicada ao amigo e Chefe de Trânsito de Uberaba, Guarda Municipal Carlos Humberto Cunha Rodrigues, o GM Rodrigues)
A noite quente me estranha como um cão possesso. O tempo não se move, é relógio parado. De repente morro a vida, digo, morro acima, dois rapazes cavalgam suas bicicletas. Ainda que, sorriem alto, do alto de suas fardas azuis de construtores repletas de argamassa e cimento até a face.
O rapaz mais jovem começa a diminuir-se, o outro adianta-se pouco até perceber e grita: “- Nada de parar rapaz! -” e faz meia volta, posta-se ao lado do amigo, coloca firmemente a mão direita em suas costas e de asas ritmadas impõe força às suas pedaladas. Como uma onomatopéia sobre suas cabeças a poetar: “- Começamos juntos lá em baixo, chegaremos juntos ao topo! –” E os vejo e admiro, até que se tornam dois pontinhos azuis no horizonte. Sabe o que são dois pontinhos azuis no horizonte?
Agora a pouco eu escrevia: “Pergunta?” e diz: “morrer de chorar ou viver sem razão?”. Pensei já conhecer isso de algum lugar da vida e desisti de escrever. (Eu e esse relógio parado que me afronta!) Até que os ciclistas alados me inspiraram a escrever-lhe. Bem, sem vagar, o verso escrito e circunflexo me disse: - Pergunta?! Isso lá é pergunta que se faça?!!!
Wellington Cruvinel
16/09/13 segunda, 23 horas.