Voto consciente
(texto publicado no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 28-08-94)
Em 3 de outubro vai haver em todo o Brasil uma supereleição, em que serão escolhidos por nós eleitores o presidente e vice-presidente da República, os senadores, os governadores, os deputados federais, estaduais e distritais, eleitos em Brasília. O ajuntamento dessas eleições teve como objetivo evitar eleições todos os anos, o que se tornava muito oneroso. Na minha modesta opinião, o melhor seria se ainda houvessem eleições municipais, o que evitaria que prefeitos e vereadores ambiciosos deixassem seus mandatos pelas metades para se candidatarem a outros mandatos eletivos.
É através da eleição, processo democrático, que participamos do poder, ao elegermos, pelo voto, nossos representantes políticos. Cabe a nós eleitores escolhermos os candidatos certos, os verdadeiros políticos, separamos o joio do trigo. Existem muitos candidatos. Temos muitas opções. Nos últimos dois anos foi desmascarada pela imprensa nacional uma gama de políticos desonestos – corruptos. Tivemos o impeachment de um Presidente da República. Nestas eleições temos a oportunidade de não os reelegermos, mesmo porque muitos estão impedidos pela Justiça Eleitoral de se candidatarem a qualquer cargo eletivo. Políticos esses que causaram escândalos ao votarem super aumentos de seus salários e aposentadorias sem tempo de serviço, que desviaram verbas do Orçamento, empregaram parentes e amigos (cabos eleitorais) causando inchaço no Estado. Por conseguinte, o déficit público interno e externo. A riqueza do País nas mãos de uns poucos – tais privilegiados. Pagamos caro, nós cidadãos comuns, com a inflação, o desemprego, a falta de moradias, saúde, educação, etc., etc., etc.
O TSE - Tribunal Superior Eleitoral - precavido das fraudes e corrupção eleitoral de eleições passadas impôs regras rígidas visando a veracidade e transparência no horário eleitoral gratuito de rádio e televisão. Eis as proibições: convidados, auditório, platéia e apresentador; vinhetas de abertura e de passagem entre início e o fim do horário de um partido e outro; montagem de áudio e imagem que possa atingir candidato ou partido, ou ainda que desvirtue a realidade e beneficie ou prejudique candidato ou partido; trucagem (efeito especial) com as mesmas injunções da montagem; e gravação externa. Nós eleitores precisamos ser informados da realidade de cada candidato; não podemos mais ser enganados. Precisamos de políticos honestos e competentes, por um Brasil melhor. E o nosso voto, como diz o candidato a governador do Estado pelo PT Luiz Antonio, precisa ser responsável.