Ladrão que Rouba Ladrão
UM TEMA PARA REFLEXÃO
NÃO É UMA MENSAGEM DE POLÍTICA PARTIDÁRIA,
PRA ACUSAR , DEFENDER OU IMPOR A MINHA OPINIÃO, OU COR IDEOLÓGICA . Estou reeditando esse texto, considerando que os motivos que ensejaram sua publicação, também e infelizmente, são constantemente repetidos.
Não faz muito tempo que eu publiquei em um site literário, um pensamento em forma de blague, que dizia: Ladrão que rouba ladrão, não tem consciência de classe. Estou acrescentado: Ladrão que acusa ladrão, além de cara de pau, é um tremendo de um dedo duro.
Tenho acompanhado com enorme desprazer e consternação, o destaque que a imprensa tem dedicado a uma burlesca encenação de mais um desses folhetins de pobre imaginação, e gosto duvidoso, interpretada por um elenco de canastrões, que disputam o foco dos holofotes, tentando roubar (eu disse roubar?) a cena, e posar perante a opinião pública, de homens honestos, éticos, exemplos de probidade, baluarte da virtude, e os cambal... Não é para inocentar os acusados, que acredito, devem ter culpa e muita culpa no cartório, mas que, certamente estão muito bem amparados e representados por competentes e bem pagos advogados. Mas também, não é para sair por aí distribuindo atestado de bom caráter e idoneidade para os acusadores. Lembrando Gibram: Antes de condenar os acusados, não seria má idéia, examinar a alma e os motivos dos acusadores.
Ninguém tem coragem de atirar a primeira pedra, mas, quando a primeira cruza os ares, sem que ninguém saiba, de onde veio ou quem atirou, a palavra de ordem é, “todos lançam suas pedras, também vou lançar a minha.”
Esses espetáculos de execração pública, sempre encantam a plebe ignara, que mesmo sem entender nada, sentem-se vingadas, pelas injustiças sofridas. È um prazer e um consolo, acreditar que os ricos também se lascam...
Quando alguém lá de cima, bem lá de cima, lá da classe dominante, cai em desgraça, causa um verdadeiro delírio entre o povão, para o gáudio da canalha que quer ver sangue na arena. Abrem-se as cortinas, mas nem sempre o espetáculo chega ao final esperado.
O texto é mal escrito os atores não convencem, e na maioria das vezes, antes mesmo do segundo ato, o personagem principal, resolve mudar o roteiro, e jogando lama no ventilador, (eu disse lama para não dizer outra coisa, o que ele joga mesmo, é a outra coisa) grita para a platéia, e para o resto do elenco, a única fala bem ensaiada, apesar de estar fora do texto: “Se eu tiver que cair, levarei comigo todos os ladrões, corruptos e traidores, que até ontem, comiam migalhas em minhas mãos!”
Cai o pano, os atores se calam. Não dá para improvisar, falta imaginação e talento. O público se retira decepcionado Tudo que foi dito, ficou por não dito. Joga-se a culpa no judiciário, que por sua vez, não está nem aí para a opinião pública. Ninguém sabe quem matou, muito menos quem morreu. Baixou a poeira, quem, já foi bandido, virou mocinho, e a mão que ora apedreja é a mesma que afagou um dia. Mas, o carnaval está na porta. e esse ano não vai ser igual aquele que passou...