NADISMO
Senti um forte apelo para enaltecer o NADISMO, sem qualquer compromisso com o Clube de Nadismo do Marcelo Bhorer, mas com muitas afinidades filosófico-motivacionais, assim como relativamente às ideias do italiano Domenico de Nasi, festejado autor do “Ócio Criativo”. Dentro de um ou dois anos, quando me aposentar, talvez comece a escrever um tratado sobre este delicioso assunto, se não for muito trabalhoso. A fantasia é superior à realidade e, possivelmente, a espera pelo estado superior do não fazer nada seja mais excitante que a sua consumação. Não importa, a vida é feita de momentos, e o meu momento é de me imaginar futuramente um reles vagabundo, “un fainéant”, sem lenço nem documento, podendo dormir até as 10 horas, sem culpa ou cobrança. Há uns anos escrevi sobre este mesmo tema no ORKUT e apareceu uma crítica virtual me censurando por exaltar o NUDISMO, quando existiam tantos assuntos mais sérios a merecer atenção. Expliquei, então, que o NADISMO é uma corrente filosófica mais elevada e abrangente, mas que está apta a incluir o nudismo, ainda que eu não o professe. Na verdade, a ideia não é tornar-se um "vegetal", mas aproveitar mais criativamente o tempo e produzir com qualidade e prazer. Ainda não sei exatamente o quê. Enquanto não descubro, só me resta dançar a velha música e que me aguentem mais um pouco no salão. Palmas para os que permanecem na labuta ordinária até os derradeiros dias, mas não cultivo esta paixão. Todavia, gosto de ser comum, simples, familiar, de permanecer no meu canto, comigo mesmo ou a usufruir das virtudes das pessoas e das coisas, sem terno e gravata ou códigos mais rígidos de conduta. Peço antecipadamente escusas, mas não tenho planos de participar de revoluções. Tenho uma pauta própria. Sim, vou escrever sempre. Aliás, escrever é a minha obsessão, o que não significa que seja o meu talento; acho mesmo que não é. Aliás, talento é algo nebuloso e relativo: muitos possuidores legítimos morreram sem qualquer reconhecimento e, outros, praticamente idiotas, foram facilmente guindados à fama. Finalmente, um alerta: o nadismo não é filosofia de vida para jovens; ao contrário, só vale para os contemplados pelo Estatuto do Idoso. De outro modo, quem iria trabalhar e tocar o futuro?