A FARRA AÉREA
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Tentei me esquivar mas não consegui.A cada manchete que leio sinto agulhas me perfurando a consciência, como se estivesse cometendo um crime de omissão ao não abordar tal assunto. Pois bem, estou aqui para falar sobre a farra aérea com os aviões da FAB.
Quem começou essa fanfarra ninguém sabe. Suspeita-se que é um costume bem antigo e venha desde os tempos das caravelas.
Outros apontam que esse passeios acontecem mais recente, com as primeiras charretes que Dom João VI trouxe ao Brasil.
Se é novo ou velho não sei. Mas os últimos que quiseram perpetuar tal tradição se deram mal. Primeiro, foi o Calheiros (toda vez que esse homem ganha um pleito,reforço a minha conclusão do porquê os alagoanos terem um rio de "merda", é não é linguagem figurada, no meio da sua capital (preconceito meu? acho que não, podem ir à Maceió e comprovar. O rio existe). Foi convidado como representante do senado a um casamento em Trancoso (o nome não poderia ser mais sugestivo) e , por ser uma viagem oficial, fez uso do avião. Dois dias após se viu obrigado a depositar nas contas do governo o valor referente a tal viagem, se não me engano uns 32 mil reais. (Depositava ou os jornais só o deixaria em paz quando estourasse outro escândalo o envolvendo. Ele, que não é besta, abriu mão do mísero dinheiro.)
Outro dia, foi o Garibalde (não o da Vila Sésamo) da Previdência. Foi fazer uma visitinha ao seu domicílio eleitoral e na volta, por coincidência, o Brasil estava jogando a final da copa das confederações, um típico evento em que se faz necessária a presença de um político. E foi. Fez uma escala no Rio. Para sua surpresa quem ele encontra no estádio? O presidente Câmara, Henrique Eduardo Alves, também do PMDB. E que também fez uso do avião da FAB para chegar ao Maracanã com sua família e amigos.
O mais recente protagonista dessa novela é o comunista Rebelo. Foram visitar Cuba em viagem oficial. Eu disse foram porque ele levou consigo a família, alegando que sua esposa e filho haviam sidos convidados pelo governo cubano. E que deixou bem claro "Estava à trabalho." Quando li tal declaração fui ao Twitter de Rebelo e escrevi a mensagem que se segue: "Srº Deputado, Vossa Excelência como jornalista que é, sabe que o povo não acredita em qualquer conversa, pelo menos os jornais não engoliram essa desculpa de levar toda família em visita oficial. Espero, confiante, que não nos faça de bobo e devolva logo o nosso dinheiro."
Agora vamos ver se a mensagem surte efeito.