38-CRONICANDO: A Piedade de Maria, A empregada Doméstica

A Piedade de Maria

-Olha, olha, ela está pegando a tua carteira. Presta atenção...

- Estou vendo!

-Ela agora vai abrir. Abriu!

-Sa-bi-a. Não podemos confiar em mais ninguém.

- É mesmo, essa songamonga... Desliga as câmaras e vamos dar o flagrante.

...

-Maria Piedade, nós vimos tudo o que você fez. Como você pôde? Logo com gente! Te apoiamos para sair daquele inferno seco e tu nos recompensa assim, é?

-Doutor....

-Calada. Agora é a nossa vez de falar. Não existe justificativa para o que você fez com a gente.

-Mas Dona Jacira...

-Mas nada! Sabe o que é aquilo ali, Piedade? É uma câmara! E sabe porque a colocamos ali? Por sua causa! A tempos percebemos um comportamento bastante estranho por sua parte. Agora vejo que valeu a pena cada centavo investido.

-Mas...

-Cale-se. Você tem sorte por nosso telefone ter sido cortado. Se não, estávamos chamando a polícia agora mesmo.

-Mas seu Geraldo...

-Calada... Amor, pega a tua carteira, por favor. Vamos ver o quanto ela nos roubou dessa vez.

-Hum...

-O que foi?

-Bem, aparentemente ela não nos roubou nada. Muito pelo contrário, ela ainda colocou mais R$ 100,00 na carteira...

-Como assim?

-Eu tinha R$ 30,00 e agora tenho R$ 130,00.

-Como assim?

-Bem, eu estou vendo a grave crise que vocês estão passando. Então eu quis ajudar. Peguei uma parte da minha poupança e coloquei na carteira de D. Jaciara.

-Isso é sério, Jacira?

-É...

-Ô, Piedade. Assim tu até emociona a gente. Dá cá um abraço.

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 13/07/2013
Reeditado em 24/11/2022
Código do texto: T4385313
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.