Ela esperou por uma década que chegasse notícias dele. Dizia a si mesma como ele poderia esquecê-la depois de tudo que viveram. Não conseguia refazer a sua vida a não ser esperá-lo, como se fosse o certo a fazer. Olhava no olho mágico, na câmera em frente a sua porta ano após anos. Arrancar essa esperança era impossível.
Quando o mandou ir embora o fez se sentindo em pedaços por essa decisão. Não era por não amá-lo. A sua renúncia a muito tinha sido pensada. O amor que sentia por ele a fez pensar muitas vezes que tinha que libertá-lo.
Certas paixões são viciantes, tóxicas, egoísta e a sua por ele era uma dessas paixões em que só um lado se beneficia e o outro sofre miseravelmente porque sabe que a qualquer momento escapole das suas mãos esse domínio. E antes que ele fosse sem nem sequer se despedir, o fizera, pois não iria admitir ser deixada por ele, já que estava no lugar da que sofria por amor.