BASTA
– Eu não acredito no amor! Disse a voz doce e crua de quem tem quinze anos. Talvez, aprendera ela que amor conjuga como decepção. Quem sabe, ainda um tanto jovem para ter experimentado. Qualquer coisa, diga a ela que um dia acontece. Ou será amor uma coisa a nunca ser buscada como se deve. Pudera!... quisera eu, tivesse ela me conhecido! Pois bem, amor é só verdade. Amor é enxergar alguém, por devoção, acima de você. Amor é colocar-se frente a frente ao absurdo que agrada, e que nos convence do que não há maldade. Amor é descolar-se ao espelho, a par do aplauso que o reflexo merece, e tornar-nos servos do que só nossos olhos veem. Amor não toca, sente. Amor é só carente, amor é só presença, amor até distância. Amor não vende, dá. Amor é evidência, amor é sem pretexto, amor é um soneto. Amar? Amo porque amo. Amo porque é eterno. Amar basta. Não fosse suficiente, seria mera paixão. A todos, peço apenas um favor: alguém avise isso tudo àquela doce menina? Ah, como eu queria ter de volta os meus quinze anos!