Grande poeta e inestimável amigo
Não sou poeta. Como gostaria de sê-lo. Se o fosse, neste momento de simpatia e admiração pelo homem de grande vocação poética, meu estimado amigo, Tibério Costa Conte, comporia versos para afagar-lhe o cândido ego que, sei, é próprio das pessoas sábias e puras.
Os poetas, alegres ou tristes, trazem na alma a riqueza lírica que embala os sonhos dos apaixonados e acalenta a tristeza dos desvalidos. Ouvi-los é sonhar com eles, sentir-lhes a alma enternecida, onde o amor fez morada e a pureza embala o espírito. Escutá-los é perceber a voz de Deus, sussurrando-lhes belas mensagens.
Os lindos versos do trovador e do menestrel encantam com seus acordes maviosos. São comoventes e enternecedores, melodiosos, agradáveis aos ouvidos, brandos e delicados. Como disse, são as vozes da alma que nos sussurram candidamente.
Tibério Costa Conte é um desses abençoados. Não tenho dúvidas. É um idealista, de imaginação inspirada. Ele consegue repercutir, em sublime contraste, a alegria, a tristeza, o choro, o riso e o encanto que o dom poético lhe proporciona.
Gosto de poesia. Não as produzo, infelizmente. Sempre que me é dada uma oportunidade, as leio, refletindo sobre o sonoro canto dos seus comoventes versos. Deleito-me com o enredo, a rima, a métrica, a inteligência e o espirito, às vezes, crítico do autor.
Acabo de receber algumas poesias, poemas e sonetos do Tibério, esse excelente poeta. Se não dos maiores, um adorável trovador, autor de versos bem rimados, observador das regras da metrificação, um autor lírico que se distingue pelo sentimento e pelo enlevo poético.
Esse amigo, a quem prezo com todas as veras do meu coração, presenteou-me com algumas poesias de sua vasta produção literária. Fiquei feliz e honrado com o presente ofertado. Recebi de suas mãos, bela poesia de Olavo Bilac, "O pássaro cativo". Bilac evocou a lembrança do animalzinho prisioneiro, concedendo-lhe voz para contar suas mágoas a uma criança que o admirava em uma gaiola de ouro.
Se acaso falasse, a avezinha pediria pra ser solta, voltar à liberdade, saltitar pelos galhos das árvores, contemplar a natureza, sentir os raios do sol e o frescor do vento. Enfim, diria para o menino em versos chorosos:
"E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E a tua mão, tremendo, lhe abriria
A porta da prisão..."
Obrigado, Tibério, pelas mensagens poéticas que me enviaste. Conheço-te há tempo, mas não o sabia o poeta que és. Receba deste velho amigo, um forte abraço, mas prometa-me enviar-me novas poesias de tua lavra, fáceis, agradáveis e necessárias à alma de frustrados poetas, como eu.