Trajetória
Um dia, há não muito tempo atrás, para dizer bem a verdade, há uns nove meses atrás. Sendo mais exato, exato, foi em Julho de 2006. Era uma tarde, não muito diferentes dessas outras que existem por ai, e eu e ela, encontrávamos na frente de dois computadores, cada um no seu, em pontos quase extremos do país.
Estávamos sozinhos em nossas casas, não o sozinho de não ter ninguém ao redor de si, assim, fisicamente, ao teu redor, mas o inverso disto. Entendem? Era um sozinho de se sentir só, sem ninguém dentro de nós mesmo. Sabe, aquele sentimentos que todos estão ali, ao nosso redor, mas só ao redor, mas não dentro da gente? E que todos que estão ali não dão a mínima para tua simples e insignificante presença? Pois é, é deste sentimento ai que estou falando.
Então, como ia dizendo, estávamos sentindo esse sentimento, e cada um estava na frente de seu computador. Foi ai, como se algo nos empurrasse ao encontro um do outro, encontramos num destes chats, destes que pela internet existem as dezenas. Não, as centenas, ou melhor, aos milhares. Eu era o ARQUEHISTORIADOR, e ela era ZOAR. Bem, não me lembro ao certo porque começamos a conversar, mas sei que começamos a conversar. E de um simples papo e inicialmente um conversa qualquer, ela se transformou única.
Logo, passamos a querer ficar mais tempo conversando. Ela era que tinha um super hiper bom. Vocês já conversaram com alguém assim? Uma pessoa com que é tão bom, mas tão bom conversar, que dá aquela vontade de passar todo o seu tempo falando só com ela? Hum! Multiplique isto por zilhares de vezes. Conseguiu? Então eleve ao cubo. E agora? Acho que não conseguiu, não é? E se conseguiu ainda não chegou aos pés do que é passar o tempo todo com ela.
E os meses foram transcorrendo... Um mês: planeja-se um encontro, se confirma ele. Dois meses: começa-se a busca por local onde passar o tempo juntos. Três, quatro,... Por fim, sete meses. Os dias foram transcorrendo... E o dia chegou! Nervosismo a parte, mas quem não fica nervoso para o primeiro encontro? Ah...., você também já sentiu, não é? Pois bem, era este friozinho ainda que sentíamos.
Avião desce! Primeiro abraço, não, antes um beijo, ou seria o abraço primeiro. Não, não!!! Foram as duas coisas juntas. Mais abraço, outro beijo... Depois, saiamos de mãos dadas, no caminho mais abraços, melhor, ela deita no meu ombro e eu o abraço. Depois nossos lábios se encontram, nossas línguas se enroscam. Era nosso primeiro beijo assim, antes, no aeroporto, só encostamos os lábios, agora tudo era diferente, nossas línguas se tocavam, se enroscavam, se sentiam... E mais, era um beijo roubado, roubado de mim. Depois disto, muito outros vieram.
Hotel! Beijos e toques se intensificam, por fim, Irís nos domina, e como dois loucos amantes nos lençóis de Ninfa deixamos-nos dominar por todas as paixões, amores e prazeres sentimentais e carnais. Enfim, tivemos duplamente exauridas todas as nossas forças físicas. É só então, que adormecemos sobre a vigilância de Mama Killa, até que Viracocha, com a luz de Ynti nos tira do sono profundo. E Ynti manteve vigilância constante durante todo aquele dia, em que caminhamos sobre Pacha Mama, até, que triunfante Mama Killa toma seu lugar.
Eis que os dias passam, seguidas pelas noites, e as noites seguidas pelo dias.
Muitas vezes, Ynti, juntamente com Mama Killa nos abandonava, para que então Tlaloc, com suas belas e serenas e outras vezes fortes gotas, nos viesse nos encharcar. Muitas vezes, Thor e Tlaloc se juntavam, em um imenso temporal. Então, nós dois, se uníamos nos lençóis de deixando que Freya, nos dominasse.
Numa destas noites, (ou seria em todas elas?) em que Freya nos visitou, Frey quase nos visitava... Por vários dias, ficamos a imaginar o que seria de nós se Frey realmente tivesse nos visitado, se o tivesse não saberíamos direito o que fazer. Sentimos alivio e ao mesmo tempo remorso e triste, quando tivemos certeza que Frey não nos visitou.
Por fim, chegou o dia de partíamos, cada um para seu lugar, sofremos, doeu muito, ficamos tristes, mas sabíamos que não seria a última vez que nos veríamos.
Vocábulo
Íris - deusa do amor egípcia
Ninfa - deusas gregas
Mama Killa - deusa da lua inca
Viracocha - supremo deus inca
Ynti - deus sol inca
Pacha Mama - deus da terra inca
Tlaloc - deus da chuva da região mexicana
Thor - deus do trovão
Freya - deusa da paixão, nórdica
Frey - deus da fertilidade, nórdico