Algo sobre coragem
Talvez eu quisesse lhes falar das fragilidades da vida. Mas há a força de viver e seus contrastes. As experiências que lapidam nossos espíritos, como se fosse fácil confrontar-nos com essa certeza.
A ambigüidade de sermos mais fortes quando estamos mais frágeis e os colos que nos acolhem, as palavras que nos elucidam, as atitudes que nos encorajam e os olhares que oram por nós.
Às vezes me pergunto por que nossas dores parecem maiores que as dores de nossos conhecidos, mas não são maiores ou menores. São como o reflexo do sol nas águas de um riacho e suas inconstâncias.
Estive na dor onde um pai perde um filho. Estive na dor onde a fome arranca lágrimas e estive na dor da solidão...
... não adianta falarmos em princípios que nos resguardam ou promessas que nos libertem. Estamos à mercê de duas tempestades: a tempestade da natureza e a tempestade de nossas atitudes.
Um dia morri e quando acordei fazia frio, mas eu queria voltar a viver, só não sabia como. Tem momentos em que a gente não sabe o que fazer, a gente se sente frágil, sozinho, órfão de filho. É quando sabemos o que tem que ser feito.
Certa vez li uma matéria de jornal que se tornou uma pesquisa: uma criança foi atropelada por um carro e sua mãe viu a cena. Ela levantou o carro com as próprias mãos e o retirou de cima de seu filho.
Que forças a moveram? Que forças nos movem? Nossos princípios? Nossos milagres? Nossas tempestades? Que forças nos movem?!
E além dessa resposta que me falta, a pergunta que encerra: O quanto ainda haveremos de fazer?