REGISTRO DE UMA IDEIA
Há alguns anos atrás, tendo concluído o Curso de Agente de Desenvolvimento Local, idealizado e fomentado pelo SENAC – Serviço Nacional do Comércio, que visa detectar problemas e buscar soluções para as dificuldades e anseios dos moradores de determinada localidade, além de apresentar projetos inovadores para o bem estar social, em parceria com instituições e empresas interessadas, tive a ideia de criar uma biblioteca no bairro Nossa Senhora Aparecida em Araçatuba.
Observei, na ocasião, que o Centro Comunitário daquela localidade poderia abrigar essa almejada biblioteca e, futuramente, até mesmo ser utilizado para certos eventos e cursos gratuitos com a expansão do prédio, tendo em vista que o mesmo está situado numa área ampla e de fácil acessibilidade, bastando apenas uma pequena reforma.
Procurei então pelo atual responsável ou presidente do aludido centro, cujo senhor, tendo sido aquiescente às minhas intenções, comprometeu-se a destinar pelo menos uma parte do prédio para o funcionamento inicial da biblioteca, porém, eu teria que aguardar alguns meses, pois todo o local estava sendo utilizado, provisoriamente, por um núcleo local do Projeto Médico da Família.
Passados alguns meses, finalmente o prédio foi desocupado e, assim, procurei novamente o responsável para a viabilização do projeto. Para a minha surpresa e decepção, após várias tentativas de contato, fui informado de que o momento era inadequado, tendo em vista o final do mandato da diretoria e que havia se tornado incerto o futuro daquele Centro Comunitário.
Fiz outras tentativas de contato, mas foram em vão. E assim percebi tratar-se de algo inviável pelo menos naquele local.
Em 2012, tendo exposto esse caso à Rede Social Araçatuba, uma das freqüentadoras possibilitou-me um encontro com um funcionário da Secretaria do Meio Ambiente e com o próprio secretário, no sentido de encontrarmos um meio que pudesse florescer na prática esse projeto.
Apesar daquela Secretaria já ter planejado a implantação de “geladeiras” de livros ao ar livre, mesmo assim, conjuntamente, concluímos que seria possível também a implantação da biblioteca numa das casas abandonadas na área do Parque Ecológico. Bastaria apenas uma pequena reforma, o que não resultaria em grandes custos e, além disso, seria preservada uma das construções históricas da cidade.
Ao final da reunião, o senhor secretário pediu-me que contatasse o secretário de cultura e, se esse concordasse, já seria iniciada a reforma da casa e, consequentemente, a campanha para a doação de livros, etc.
A resposta do secretário de cultura foi que, havendo as “geladeiras” de livros, a biblioteca seria desnecessária.
É compreensível a conclusão do senhor secretário, mas, a meu ver, uma biblioteca tradicional naquele local, abrigaria os leitores em situações climáticas desfavoráveis e o prédio também poderia ser utilizado para algum evento cultural, além de ser preservada a construção histórica original.
De qualquer forma, deixo aqui o registro desse intento que, se algum dia for viabilizado, fica o regozijo de algo mais que poderá ficar para a posteridade, e, se definitivamente rejeitado, pelo menos fica a certeza de que houve a tentativa de uma intenção humanitária e, sobretudo, isenta de interesses pessoas, destinada apenas ao bem comum.