O luxo, o mendigo e a felicidade
Há poucos dias, era muito cedo, ia a caminho da escola e tive que parar. Pena não ter uma máquina fotográfica ou saber pintar.
A cena era rara. Um mendigo, que anda normalmente pela minha rua, conseguira um copo de café – eu já sei quem lhe dá, senão eu o faria. Mas não era só. Deliciava-se com um pedaço de pão, sem nada. Porém, era para ele o mais delicioso manjar. Naquele momento, nele falava a fome saciada.
Entretanto, o que mais me impressionou, fazendo-me parar ao longe, para não constrangê-lo, pois ele me conhece e sempre me dá um alegre bom-dia, foi o “pedaço de jornal” que ele arrumou. Pedaço sim. Não era – sequer – uma página inteira. Tive vontade de dar-lhe O Globo que tinha em mãos. Porém, com minha absurda lógica, estragaria a magia do momento.
Mas, não só isso. Ele conseguira - eu ainda não descobri seu verdadeiro nome – uma espécie de colchão velho, colocou encostado a uma casa com grades e jardim e ficou debaixo de uma árvore à qual creio que Deus ordenou:
- Este ano você será a mais linda e pródiga em flores.
Era uma imagem perfeita da felicidade, mesmo que por instantes.
Não me atrevi a falar. Fiquei olhando... olhando. Na pobreza ou na riqueza, consagra-se a verdade de que a felicidade está em cada um de nós, basta captá-la e saboreá-la...
Há poucos dias, era muito cedo, ia a caminho da escola e tive que parar. Pena não ter uma máquina fotográfica ou saber pintar.
A cena era rara. Um mendigo, que anda normalmente pela minha rua, conseguira um copo de café – eu já sei quem lhe dá, senão eu o faria. Mas não era só. Deliciava-se com um pedaço de pão, sem nada. Porém, era para ele o mais delicioso manjar. Naquele momento, nele falava a fome saciada.
Entretanto, o que mais me impressionou, fazendo-me parar ao longe, para não constrangê-lo, pois ele me conhece e sempre me dá um alegre bom-dia, foi o “pedaço de jornal” que ele arrumou. Pedaço sim. Não era – sequer – uma página inteira. Tive vontade de dar-lhe O Globo que tinha em mãos. Porém, com minha absurda lógica, estragaria a magia do momento.
Mas, não só isso. Ele conseguira - eu ainda não descobri seu verdadeiro nome – uma espécie de colchão velho, colocou encostado a uma casa com grades e jardim e ficou debaixo de uma árvore à qual creio que Deus ordenou:
- Este ano você será a mais linda e pródiga em flores.
Era uma imagem perfeita da felicidade, mesmo que por instantes.
Não me atrevi a falar. Fiquei olhando... olhando. Na pobreza ou na riqueza, consagra-se a verdade de que a felicidade está em cada um de nós, basta captá-la e saboreá-la...