O CLIPE
Uma das coisas pequeninas que muito me intriga é o clipe. O clipe é, a meu ver, uma das mais eficientes invenções do homem, que apesar de tão simples e praticamente imperceptível, é um objeto insubstituível.
O clipe, prende o papel,separa prioridades, marca o livro, prende bilhetes e segura recados. Imagine um dia de trabalho num escritório de uma grande empresa. No RH, por exemplo, é funcionário sendo admitido, documentos pessoais, cópias e mais cópias, uma fotografia presa à ultima folha identificando a cara do sujeito. Do outro lado da mesa, um monte de papeis separam aqueles que tiraram licença, férias, ou entraram em atestado médico. E o nosso humilde personagem em seu efetivo exercício marcando presença em cada situação.
Em outra ocasião não menos complicada, entramos numa secretaria de uma escola. Meu Deus! É papel para todo lado. Imaginamos que as secretárias devem se perder no meio daquela confusão toda. Engano. Percebe-se que em cada montinho de papel, em cada pasta, em cada caixa, lá está ele. Nosso fiel e persistente companheiro. O Clipe. Alguns são bem singelinhos. Outros mais sofisticados. Agora existem até uns coloridos que facilitam ainda mais na organização. Em algumas situações, eles apresentam-se meio enferrujados, contando uma história de anos de cumplicidade. Estão ali, fielmente presos a seu dever de separar, prender e assegurar a qualquer de seus usuários a mais perfeita ordem.
Imaginemos, no entanto, o contrário. Essa mesma empresa, ou escola, com todos seus papeis, documentos e recados, sem uma ferramenta adequada para prender e separar com a total eficiência e discrição que encontramos no nosso personagem. Seria definitivamente o caos.
O Clipe é um objeto singular. Não rasga, não suja e nem marca de nenhuma forma nossos documentos. Nenhum outro objeto faria com tal eficiência e alinho, o trabalho limpo e competente que faz nosso fiel companheiro. Honras para nosso amigo o clipe.
Maria Helena Camilo