“A PEIA NO RELACIONAMENTO”

Dificilmente hoje em dia, vamos encontrar alguém que não tenha passado por um relacionamento. Não importando o tipo, basta que seja entre pessoas, por certo adentrou a “Torre de Babel”.
 
Não sou um experto em relacionamento, mas quem vive um, vive mil. É bem verdade, adquiri experiência no trato com o ser humano em diversas áreas da vida social, e do conhecimento adquirido ao longo da minha vida acadêmica.
 
Dai o credenciamento, para escrever o que eu chamo de “peia no relacionamento”, entre pessoas.

Peia segundo Aurélio Buarque de Holanda, “prisão de corda ou ferro que segura os pés das bestas”, podendo também significar açoite, chicote.

No sentido figurado, a “peia no relacionamento”, no entendimento da maioria, significa prender, aprisionar, se tornar objeto de alguém, ser dono do outro e por ai afora.

Pois bem, na minha compreensão, um relacionamento é o modo efetivo de partilha, de congraçamento e nunca um jeito de obter vantagens individuais, o cuidar de mim, no sentido ambíguo do termo. Claro que quem ama cuida, quer o melhor para o outro, mas isso precisa ser mutuo e não exploratório.

Cada ser humano tem o seu próprio mundo. O mundo onde este permeia, constrói seus sonhos, isola-se ou extrapola o seu ego, o mundo que é seu, apenas seu.
O bom relacionamento é aquele, no qual cada um vive o seu mundo e respeita o mundo do outro.

Comete-se um erro catastrófico querer trazer o outro para habitar um mundo que não lhe pertença. Muitos relacionamentos impõe tal condição. Pergunto: aquele que é arrastado consegue ser feliz nas dimensões do outro? Não. Não há como ser feliz se o individuo está fora de si mesmo. Então qual é a consequência? O relacionamento (amor, paixão, amizade) acaba. Fim da linha.

Os relacionamentos que trilharem este caminho estarão fadados ao fracasso. Passado o momento de euforia, tendem a despencar o desfiladeiro da incompreensão, por total ignorância no campo do conhecimento humano.

O mundo das pessoas é tão complexo, que nunca o conheceremos na sua totalidade, no seu espaço limite. Por isso sinto arrepios quando escuto de alguém: “ele(a) é assim, mas quando casarmos eu o(a) farei melhorar”. Santa ingenuidade! A pessoa só melhora naquilo que lhe convém e quando lhe convém. Ninguém muda ninguém. A não ser por determinação da própria pessoa que quer mudar.

Fazer o que então? Desistir? Não. Tentar conhecer-se e ao outro também, respeitando o seu mundo, respeitando o mundo do outro, a individualidade e unicidade de cada um.

Se não lhe pesar muito, comente com seus amigos e amigas sobre este tema e da importância de compreender a si e ao outro, para um relacionamento menos instável.

 
                    Rio, 05/02/2013
                  Feitosa dos Santos