Dejavu

Quando adentrei o bloco de letras à procura da sua placa, senti um frio na barriga. No momento, achei estranho aquela sensação. Por que tanta ansiedade só para ver uma placa? Sensação complexa. Era como se um pedaço de você estivesse ali e eu fosse resgatar e guardá-lo em mim. Quando achei a placa, olhei seu nome,sua foto. Senti uma vontade enorme de ter o poder de mudar os fatos, de ter estado mais próximo quando ainda nem te conhecia. Só queria sempre ter estado dentro de você. Ali, naquele momento, você apronfundou as raízes, me consumiu, me deixou angustiada pelo fato de não ter estado em uma época, de não ter até, quem sabe, nascido antes. A gente sempre se daria tão bem, ainda que só como amigos. Pensei. Me emocionei. Senti vontade de te ligar- não!Atrapalharia, talvez, sua aula. Aquele seu jeito, aquele seu olhar na foto já me era tão familiar. Dejavu! Lembrei de algo que talvez me escapasse da memória. O papel, o tão falado papel que você me entregou na reunião. Lembrei... Seu olhar já me era tão consumidor de mim. Seu olhar, seu olhar.. Seu olhar já é tudo o que eu tenho. Me olhe, me veja, me enxergue, me tenha, me consuma...que eu prometo sempre te consumir por dentro...

Seu interior: meu maior tesouso.

Caio Márcio Rocha Coriolano
Enviado por Caio Márcio Rocha Coriolano em 02/02/2013
Reeditado em 02/02/2013
Código do texto: T4119056
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