Família/Educar

Com meus pais aprendi que o tempo somos nós. Nós somos o tempo. A Terra gira em torno do Sol e todos nós giramos junto. Somos parte de um todo, e dentro deste todo há muitos mistérios, entre eles: Deus. Por isso lembro que meus pais educavam dando-nos exemplos, praticando aquilo que acreditavam.

Eles me ensinaram a não mentir e a praticar a justiça. Ter e cultivar as boas amizades, fugir das más. Cultivar os amigos e procurar na união familiar o conforto, aproveitar todos os momentos para estar com os mais próximos, cultivar e praticar o evangelho da solidariedade.

Meu pai, seu "danda" como era conhecido no meio familiar, foi com ele que aprendi a olhar o outro como meu igual e diante do morador de rua ficamos a meditar na desigualdade social. Nossa o tempo passou, aqui em São Paulo, a cidade inchou, as favelas estão por todos os lados, a miséria aumentou, a cachaça virou coisa comum, as telenovelas condicionam a sociedade a não pensar nas causas das desigualdades, e que é possível mudar as regras do jogo estabelecido, os moradores de ruas cresceram em quantidade incomensurável. Meu pai não está mais aqui, há mais de 30 anos que ele se foi, mas eu ainda estou lá naquele mesmo local onde existe um alerta que somos todos iguais holisticamente dizemos pai nosso na oração que Jesus nos ensinou e se é pai somos todos irmãos queiram ou não. Continuo com ele, apanhando os pensamentos ao vento.

Somos o que vemos, o que ouvimos, o que falamos e o que sentimos. Este é o resultado do que aprendi e tento praticar; no mesmo tempo daquilo que aprendi.

A telenovela é o paradigma que interessa ao sistema político e econômico que nos governa. É através dela que se justificam as condições materiais de exploração econômica: o direito a desigualdade. A telenovela falseia e deforma as coisas e as relações sociais. Faz com que fujamos da realidade.E nos apresenta a fantasia. A fantasia nos faz. Deixamos de ser filhos, pais, amantes, irmãos e sobrinhos. Por breves instantes, somos times de futebol, somos artistas, consumidores. Somos a escola de samba. Essa realidade nos comove e nos movem em passos cadenciados, peitos inflados, corações acelerados. No Carnaval a fantasia, nos fantasia tanto quanto as novelas e lá estão homens e mulheres vivendo entre o medo e raiva para fantasiar o que a realidade escamoteou.

A televisão como um todo é uma válvula de escape para manipular e falsear o que o povo de fato precisa que é a pratica da cultura. A cultura é critica do modo de viver da sociedade. Acultura esclarece e desvenda a realidade. As escolas na sua grande maioria não tem uma biblioteca que deveria ser se o povo se governasse, o local sagrado da escola, onde todos seriam incentivados a leitura. Na escola falta a cultura. As aulas de arte deixam muito a desejar, como todas as praticas educativas que se praticadas com esmero levariam a desvendar as fantasias praticadas como se deus fosse!