Sem permissão
O amor é uma coisa engraçada: vai chegando de mansinho, quando a gente não está nem aí pro coração, despreocupado, sem querer saber de nada.
Chega, entra sem bater. Sem permissão, nos invade, nos domina. Vira nosso mundo de pernas pro ar, nos deixando sem fôlego. Domina e subjuga criteriosamente nossos pensamentos e nossas ações. E nos esforçamos, e muito, para não cometermos as mais inesperadas loucuras. E haja força para resistirmos aos encantos compulsivos do amor.
Sentimo-nos inteiramente entregues, vivendo de corpo e alma para o amor, e para o amado. Só e completamente prostrados ante a um sentimento que se revela senhor dos nossos sonhos, desejos, pensamentos, sentimento e ações. E tudo o que antes nos preocupava, agora, parece inexplicavelmente sem sentido diante da nossa atual preocupação: o amor e o amado.
E quando não conseguimos o que queremos – o amado -, ficamos tristes, deprimidos, acabrunhados. A vida fica meio sem gosto, sem sal. Nada parece ter sentido. Nada parece dar sentido à vida. Pois a única coisa que queremos, não temos.