EGOÍSMO - É ANIMAL!!
SOLIDÃO
A solidão é um sítio para onde ninguém quer ir e ninguém procura o caminho de acesso a ela, entretanto muitos são os que são atingidos pelo profundo desconforto que vem em razão da solidão.
Simplesmente acontece!
Solidão não é somente um sentimento que avassala, é um estado de alma. Começa com uma caminhada para dentro de si mesmo num processo de introversão e desconstrução das relações interpessoais, a começar de uma atitude egoísta, daí percorrendo uma estrada que, se não tratada com severidade e discernimento, conduz sua inocente vítima ao sítio não desejado.
O EGOÍSMO FAZ PARTE DO SISTEMA DE AUTO PRESERVAÇÃO.
O egoísmo... tenta nos proteger. É instintivo. É animal. Não é necessariamente ruim... É necessário, porém que não sucumbamos diante dele... é considerado um sentimento imaturo e impróprio para quem quer se relacionar... é irracional.
O egoísmo é uma disposição interior que avança contra a agressor enquanto, ao mesmo tempo, tenta proteger a vítima contra tudo que considera agressão. É como a reação de um animal ferido. Seus recursos naturais de defesa estão desfocados e atacam quem quer que se aproxime, até mesmo aos que querem protegê-los. É irracional. É instintivo. É animal. Ainda que inconsistente e inconsequente, não precisa ser necessariamente ruim. O egoísmo entra em ação quando falham os recursos naturais que dão curso normal à relação. É necessário, porém que não sucumbamos diante deste sentimento pois, se à primeira vista parece-nos vantajoso e confortável o ser egoísta, como uma prática constante torna-nos exclusivistas, individualistas e nos isola dos demais.
Aquilo que é bom no primeiro momento e nos protege da insanidade em situações onde necessitamos de mecanismos psicológicos radicais que protejam o nosso sistema emocional, pode vir a se tornar um sentimento pernicioso e prejudicar os relacionamentos que as pessoas querem ter conosco, empurrando-nos para a solidão. A arma que no primeiro momento nos protege pode se virar contra nós e nos matar.
O egoísmo não é algo que devamos desenvolver como uma proteção permanente, para funcionar em tempo integral, por ser um sentimento imaturo e prejudicial para as relações. É somente um dispositivo de proteção eventual que funciona dentro do nosso sistema límbico, é automático. Não deve ser cultivado e nem deve ter continuidade, é como um flash, mas uma vez que a pessoa experimenta a sensação de poder interior que o egoísmo proporciona em termos de auto satisfação e bem estar momentâneo, sem uma boa dose de discernimento, há uma tendência de que a pessoa que o experimentou busque a auto-satisfação e este bem estar como uma finalidade, excluindo a participação de outrem. Transformar isso em prática nos dissociará das pessoas ao nosso redor tornando-nos egocêntricos e exclusivistas.
Os psicólogos dariam um nome a isso de “Narcisismo”. Narciso, segundo a mitologia grega, foi aquele cara que se apaixonou por si mesmo e achou que a única pessoa que o merecia era ele mesmo e por isso se atirou nas águas de um lago que refletia a sua própria imagem, ao encontro de si mesmo, ficando ali para sempre.
Lembre-se, a solidão é o prêmio do exclusivismo e o salário do individualismo. A relação prazerosa não admite o individualismo, rechaça a necessidade da exclusividade e reduz a egocentricidade.
Entendo que o que a Bíblia diz quanto ao “negar-se a si mesmo” ( Lc 9.23) não significa necessariamente abdicar da minha vontade ou da minha individualidade (não confunda com individualismo) assim como posso ser exclusivo em muitas coisas sem ser exclusivista. Existem coisas que são peculiares a uma pessoa o que a torna exclusiva ou especial em algo específico.