A PORCA E O PARAFUSO
A PORCA E O PARAFUSO
Uma relação que apresenta elementos de incompatibilidade compara-se a uma operação onde uma porca metálica com um fio de rosca diferente do parafuso que a recebe são unidas para fixar alguma coisa. Aparentemente, numa primeira olhada, são iguais e até mesmo se aceitam nas primeiras voltas da peça, mas logo o avanço da peça começa a pesar e uma ferramenta de aperto com cabo extensor (chave) é requerida para fazer frente ao esforço para continuar a operação de avanço da porca metálica. Mesmo assim a peça não vai aceitar a continuidade a partir de certo ponto. Com o uso severo da ferramenta avança-se mais um pouco e a continuação da operação requer um esforço cada vez maior sobre a ferramenta enquanto o avanço é cada vez menor até que se interrompe e pára. Emperra. Daí por diante a porca não vai continuar o seu avanço e se não for interrompido o esforço sobre ferramenta usada, o parafuso se partirá, ou na melhor das hipóteses, como se diz entre os mecânicos, vai “espanar a rosca”. Esta última expressão é uma gíria que indica que os fios de rosca das duas peças foram destruídos, interrompendo-se o processo. Nem pra frente nem pra trás. Fica rodando “louca”.
Casamento é assim. Da mesma forma que o fio de rosca do parafuso tem que ser compatível com o fio de rosca da porca, assim deverá acontecer na relação entre um homem e uma mulher. Se desejarem compartilhar suas vidas sem que observem este princípio, chegará um momento em que as coisas vão ficar complicadas a tal ponto que ninguém mais vai se entender. Vai emperrar e não romperá adiante nem à força. Se continuar forçando a relação artificialmente “vai espanar a rosca” e ficará “rodando louca”. É o que está acontecendo com muitas relações por aí. A relação não avança e nem recua. Torna-se em algo sem sentido perdendo totalmente o seu propósito, assim como a operação de introduzir um parafuso em uma porca com fio de rosca diferente. Haverá resistência ao esforço na tentativa de encaixá-lo. Esta é uma operação desastrada que vai exigir esforço, prejuízo e muito sofrimento e o pior de tudo é que pouco ou nada se aproveitará do trabalho realizado.
(Amós 3:3) - Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?
Para que a relação tenha sua continuidade, ambos têm que estar adaptados um ao outro, compartilhando os mesmos ideais, os mesmos sonhos. Afinal ambos são considerados pela Bíblia uma só carne. (Gn 2:18-24).
Apesar de que, à primeira vista, pareça não ter qualquer correlação entre as duas coisas, uma observação mais acurada revelará que assim como o esforço de tentar casar duas peças incompatíveis entre si é infrutífero, assim será o relacionamento entre duas pessoas com temperamentos incompatíveis entre si. Comparativamente, as conseqüências que o casal terá que enfrentar serão as mesmas devido às diferenças ideológicas e culturais. Algumas vezes essas diferenças não são tão evidentes à primeira olhada, à semelhança do caso da porca e do parafuso, mas o tempo vai mostrar que não vão conseguir manter uma relação de qualidade em função dessas diferenças estruturais. Assim, da mesma forma como o parafuso se quebra ou, na melhor das hipóteses a porca se "espana" e se torna em anel inútil rodando em torno daquilo que sobrou do parafuso, ou seja, um eixo sem nenhuma utilidade, assim é com a relação entre diferentes.
As consequências são em tese até mesmo mais graves do que um mero desencontro de idéias e ideais entre o para, pior do que isso ambos deixam de ser o que eram antes da união e transformam-se em novos personagens, desconhecidos até para si mesmos, perdendo características originais que eram o elemento que serviu de atração para o outro.
Dando seqüência à analogia, quando é a haste do parafuso que se rompe ao invés do "espanamento" das roscas de ambas as peças, a porca “herda” a parte da haste à qual ficou agarrada inutilizando-a definitivamente. Há por aí mulheres que trazem em si sinais de uma relação que nunca lhes trouxe felicidade e continuarão carregando pelo resto de suas vidas um “pedaço” inútil do inútil marido agarrado nas suas entranhas após a separação, inutilizando-as permanentemente. Não conseguem se abrir para uma nova relação devido ao pavor deixado pela desastrosa relação passada. Você conhece alguém assim?