Obrigado, Senhor, por estar vivo!

Hoje, 6 de janeiro de 2013, completei mais um ano de vida. Até agora, o calendário consignou o dia do meu genetlíaco 72 vezes. Meu pai, infelizmente, só contou esse evento em 29 ocasiões, enquanto minha mãe o fez em 78 oportunidades.

Foi agradável receber em minha casa toda a parentela residente na cidade. Filhos, nora, genros, netos, cunhados e demais agregados animaram o dia festivo. Lauta refeição foi servida e um bolo com duas velinhas, configurando os números 7 e 2, tiveram suas débeis chamas apagadas ao som da melodia Parabéns pra Você.

Espero que o meu aniversário ainda seja comemorado por muito tempo. Não desejo partir para os páramos celestiais tão cedo, a não ser que o Senhor imponha Sua indiscutível vontade.

Reconheço estar avançado em dias, como diz o Salmista. 7 décadas pesam muito nos ombros de quem as carrega. E 72 anos pesam mais ainda. Por isso, sinto-me velho. Não um vencido pelos dias. Para evitar que tal aconteça, esforço-me para manter-me ativo. Para tanto, leio e escrevo. Bastante.

Nos países desenvolvidos, a Organização Mundial de Saúde considera idosa ou ingressada na terceira idade, a pessoa com mais de 65 anos de vida. Nas nações em desenvolvimento, esse limite é de 60 anos.

O estudo do processo de envelhecimento é chamado de gerontologia, enquanto a geriatria estuda as doenças que afetam as pessoas idosas, de habilidades limitadas, com mudanças físicas e emocionais.

A aparência física dos idosos não é mais a mesma dos anos de mocidade; os músculos tornam-se flácidos; o coração cansado, em virtude do incessante bombeamento do sangue pelas artérias comprometidas pelo ateroma (depósito lipídico na superfície interna das paredes das artérias); a visão embaçada pela catarata; o corpo vergado pelas dores reumáticas; a voz rouca; os cabelos escassos; a libido diminuída; a pele enrugada e os dias vindouros contados, embora, no mundo inteiro, nota-se o crescimento da expectativa de vida.

As lembranças do passado, quando agradáveis, aumentam a nostalgia do idoso, fazendo-o chorar de saudade. Em sendo triste o acontecimento vindo à memória, aumenta-lhe a dor de uma recordação indesejada.

Mas, nem tudo são dores! Nem flores! Nós, os velhos, devemos nos preocupar menos com a inevitável certeza do fim do nosso tempo terreno e viver a vida como ela é, recheada de dor e alegria. As dores são aliviadas com o uso de medicamentos e as alegrias proporcionadas pelo convívio com os entes queridos. E com os verdadeiros amigos.

Caro idoso, exercite-se, se puder; faça leves caminhadas; assista a bons filmes; vá ao teatro; leia e escreva. Ai de mim, se não adotasse esses conselhos! Já teria diminuída a audição, os reflexos, a perda de habilidades, as funções motoras e o nível de raciocínio. Talvez, já tivesse sido apresentado ao Senhor Alzheimer, cidadão que não desejo conhecer. Jamais!

Os conselhos do último tópico devem ser seguidos com parcimônia. Tudo de mais é veneno, diz o adágio popular. Albert Einstein disse, certa vez:

"A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar".

Cansado de ler escreva. Aproveite o tempo para refletir sobre o assunto lido e, após pensar, afastando a preguiça, escreva o que sua mente criadora está lhe ditando. Se assim o fizer, não se esqueça de mandar para este velho escriba uma cópia do seu texto, para meu deleite literário.