SUCO DE MAÇÃ

Aquela noite não quis sair. Preferiu ficar no aconchego da casa.

Na rua só fatos rotineiros, nuvens pesadas escondiam a lua, pela qual tinha grande atração.

Nos bares em frente a sua casa, os amigos riam e bebiam em mesas colocadas sobre as calçadas. Cenas absolutamente rotineiras. Na sua solidão fitava a rua pela janela de vidro e mantinha-se atento ao telefone celular. Como não surgia a tão desejada ligação resolveu fazer um suco. De maçã. Se sua amada estivesse ali diria que era da fruta proibida. Sempre era assim. Esta insignificante lembrança deu-lhe certo alívio e conforto.

Gargalhou da própria sorte. Fechou os olhos e deixou rodar na memória os mais belos momentos que junto passaram.

A rememoração do perfume dela enchia a casa de certo cheiro de saudade. Mas o telefone permanecia mudo e aquilo o angustiava. E aquela voz que o faria feliz não era ouvida.

Só uma ligação e bastava.

Contudo o dia amanheceu. O telefone não tocou. Ficou aquela lacuna sem ser preenchida.

Na noite seguinte quando ela chegou e perguntou se havia esperado muito pela ligação, orgulhoso, mentiu que tinha dormido cedo.

Assim teve uma noite perfeita.

Dessas que valem por uma vida.

Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 02/01/2013
Reeditado em 12/01/2015
Código do texto: T4063261
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.