Papai quero ser Pastor
Papai eu quero ser pastor!
Confesso que fui surpreendido ante esta, quase, exclamação de meu filho de sete anos. A única coisa que pude murmurar foi um Ah...tá...que bom...
Como incentivá-lo?
Como tirar a ilusão de uma criança que ignora notícias como:
- Dinheiro na cueca de pastor!!!
- Dois grandes líderes evangélicos trocam farpas na mídia;
- Pastores acusados de estupros;
- Dinheiro na bíblia de pastores;
Meu Deus!!!!!
Como cristão me envergonhei. De onde este menino tirou esta ideia? Meu pastor não é muito inspirador para as crianças (e nem para muitos adultos)...
Ser pastor, hoje, se tornou, para muitos, símbolo de profissão rentável. Acabou o que definiam como chamado ministerial.
Comecei a pensar sobre a questão e me coloquei no lugar dele. Na minha infância, também, tinha os meus anelos profissionais. Aliás, convenhamos, todos nós tínhamos.
E quais eram?
Em nossa inocência, tínhamos a aspiração de sermos, professores (as), policiais, bombeiros, astronautas...
O que eu posso dizer, hoje, é que GRAÇAS à Deus os meus sonhos ficaram na infância.
Professor?!?! Antigamente ele sobrevivia com as suas aulas. Hoje ele corre o risco de morrer na sala de aula. Além de não ter o merecido reconhecimento.
Policial?!?!? Era respeitado pelos bandidos. Hoje tem que esconder a farda para poder ir embora para casa, além de ser o alvo de bandidos na brincadeira tiro ao alvo.
Bombeiros?!?!? Não tem o devido reconhecimento pelos seus heroicos esforços e, por causa de uma greve, são presos como se fossem bandidos.
Astronautas?!?!? Se suar muito como o Marcos Pontes pode ganhar uma carona da Nasa para conhecer o espaço, por que no Brasil só nos observatórios.
A época de idealizar uma profissão respeitada por muitos, acredito que acabou. Não sou pessimista. Esta é a crua realidade.
Vocês podem até assustar, mas hoje, entre as profissões almejadas por nossas crianças estão (se podemos chamar isto de profissão): pagodeiro, lutador de MMA, blogueiros, resumindo, individualistas. Não desmerecendo...cada um tem o seu talento.
A questão, aqui, é que acabou a era da utopia, onde queríamos ser alguém que ajudasse as pessoas.
Quanto ao meu filho, infelizmente, um dia ele vai crescer...
Carlos A.