Um Comerciante Diferente
- Relatar historias do nosso amado sertão, pra mim é um gesto de satisfação, mesmo um pouco irônico, eu falo cada palavra vivenciando um personagem como se fosse eu mesmo, pois conheço a sua capacidade e estratégia como se para tudo tivesse uma solução.
- É onde me faz lembrar certo fazendeiro que não digo seu nome, mas crio na hora e vou chama-lo de Zé. Morava no município de Princesa e precisamente numa área de solo fértil e baixas verdejantes...
- Zé era um criador de vacas que não eram muitas, mas tinham qualidades, e na seleção das raças o matuto não se importava mesmo com raças e sim com o tamanho, pra Ele quanto maior fosse a vaca mais seria boa de leite... Outro fato que lhe chamava atenção era o tamanho das orelhas.
- Pois bem, ele fazia queijo de manteiga e vendia na cidade de Princesa Isabel, todos os sábados leva seus queijos que não eram muitos nem também de boa qualidade.
Muita das vezes ele chegou a voltar com queijos da semana anterior que em vez de vender fazia apenas a troca( deixando o novo e trazendo o velho). E quando era na época da chuva o leite aumentava e o queijo bamburrava...
- Cansado de trazer queijo estragado pra casa, Zé teve uma ideia que foi a solução dos problemas. No dia que os queijos não fossem aceitos ele trocaria na feira livre por qualquer objetos que fosse do uso caseiro e tivesse necessitando na sua mine fazenda, já que sua freguesia era nos mercados, lanchonetes e restaurantes.
Depois de haver renovado seus estoques de panelas, vassouras, cordas de arreadores, cordas de laçar, tamboretes, cadeiras, chapéus de maça, foi no ferreiro e trocou por queijo uma grade quantidade de foices, enxadecós, enxadas, estrovengas, machados, enxós, arrancador de grampo e esticador etc.
- Já não tinha mais o que adquirir para sua casa, o queijo sobrando; foi quando ele teve a ideia de fazer o que nunca tinha feito; atravessou a rua com um balai de queijo na cabeça e foi ao dito CABARÉ DA CIDADE, para trocar queijo por algo que não estava precisando muito, mas era logico pro momento...
E lá nessa negociação o queijo era avaliado palas freguesas que diziam; ESSE QUEIJO HOJE TA MUITO FEIO, ME DEIXE PROVAR! E o velho deixava a dita mulher fazer a prova que não gostando respondia: ESSE QUEIJO TA SALGADO..., TA AZEDO... OU COM MAU CHEIRO... E o velho que começava pelas mais formosas e mais jovens, findava trocando o queijo por prostitutas já quase aposentadas por falta de alguém que contratasse seus serviços.
A MORAL HISTÓRIA É QUE O DITO ZÉ NUNCA MAIS TROUXE QUEIJO DE VOLTA PRA CASA!!!