FESTA
Festa da democracia. Noite e dia. Festa? De que democracia? Santinhos espalhados por todo lugar, candidatos com problema na justiça, ficha suja. Ficha suja de que? Suja de tudo e de todos? Como acreditar em um sistema que te obriga a votar? Voto obrigatório e senso comum e alienação e compra de votos e um grande senão. Consciência cívica é importante, mas como ter consciência se não há educação. Candidatos absurdos, reflexo do povo? Eis a questão!
Sei que quando usam a expressão “festa da democracia” fico bastante irritado. Festa de que? Em cada eleição a mesma bagunça, a roubalheira, os escândalos de plantão. Em cada eleição problemas de e com candidaturas, desvios, máquina do Estado, contramão. E o que fazer? Festa? A palavra festa, para mim, representa algo bem diferente. Muitas pessoas escolhem os candidatos para vereador, por exemplo, na última hora. Ou então votam no amigo sem nem conhecer proposta alguma. Consciência? Muitos trabalham durante as eleições para um e para outro e votam porque tiveram emprego. Consciência? Isso, decididamente, não é festa!
Em cada eleição as mesmas promessas, as mesmas palavras, os mesmos ataques e a mesma confusão. Pessoas saídas do circo de horrores ou de um programa humorístico de plantão. Tem candidato sem dente, candidato sem graça, candidato alienígena, candidato sem noção. Tem candidato que grita, candidato que chora, candidato que estende a mão. E leva tudo sem direito a reclamação. É a brasileira constatação.
Festa? Que festa é essa que só mostra opressão? Curral eleitoral, cabresto, desilusão? Não chamo de festa da democracia. Chamo ironia, chamo patifaria, chamo destruição.