VIAJAR É PRECISO - V
VIAJAR É PRECISO V
EDUCAÇÃO É ESSENCIAL
PERSISTIR É FUNDAMENTAL
Francisco Alonso
Em ano eleitoral “apaixonante” e de futebol “eletrizante”, deixei-me levar pela preguiça e resolvi tirar umas férias. Antecipadamente peço descul-pas aos meus sete cativos leitores e ao editor do Site Popular pela demora do artigo. Outro motivo da tardança, entrego minha mão à palmatória, foi a total falta de um assunto que pudesse aguçar os leitores na minha trajetória ao sul, mormente pelas bandas da Cidade de Nossa Senhora Aparecida, local onde fui mortalmente intimado pela beata da minha companheira em permanecer durante dois dias, e pela capital do estado. Peço novamente desculpas se algum paulista se achar ofendido por eu não ter o que falar sobre sua terra natal, não é minha intenção desmerecê-la. Para não ferir a mínima susceptibili-dade, exalto que a Catedral de Nossa Senhora da Conceição Aparecida re-almente é magnífica, de um tamanho descomunal e belamente ornada. Te-nho absoluta certeza que Deus deve se indagar nos seus momentos de dúvidas: “Por que tanta suntuosidade se Meu Filho nasceu numa estribaria? Por que tanta magnificência se a maioria do meu povo vive de esmolas e meus animais passam fome? Mas paciência... quando Ele voltar, como está prome-tido, espero que reflita profundamente e corrija as imperfeições ao criar o uni-verso em escassos sete dias.
Outro ponto turístico que não posso deixar de registrar, e con-cordo com o regozijo dos paulistanos, é sobre o recuperado e belo Mercado Municipal no centro da capital. Foi uma agradabilíssima surpresa vê-lo refor-mado e poder apreciar suas belas linhas. Minha única restrição, por favor paulistanos, não se exasperem, foi quanto aos famosos sanduíche de morta-dela e ao pastel de bacalhau que são endeusados e vendidos nas bodegas do mercado. Infelizmente, peço perdão, não achei os acepipes tão saborosos como são decantados. O que fazer... o que seria do Brasil se todos realizas-sem o sonho de nascer no Rio de Janeiro?!
Depois de dois dias na Cidade de Aparecida e dois na capital, partimos rumo a Curitiba. Pernoitamos na Cidade de Registro, nos hospedamos no hotel tal, comemos isso e aquilo e... chega. Peço mais uma vez desculpas aos leitores por minha falta de paciência em relatar a viagem. Meus pensamentos estão confusos e não consigo concatená-los. Estou inquieto e acabrunhado. Com certeza o motivo do meu estado psique foi a eliminação da seleção brasileira de futebol do campeonato mundial que ainda se desenrola na Alemanha. Não pense o caro leitor que sou um deslumbrado pelo esporte bretão, longe disso. Não discuto por futebol e muito menos me agasalho com a camisa canarinho ou toco corneta fazendo estardalhaço em dias de jogos. Sou um torcedor consciente e apaixonado por qualquer esporte jogado com garra e inteligência.
Um dos motivos do meu torpor momentâneo, foi a declaração do jogador francês que, como tudo de importante neste Brasil passa desaperce-bido, disse: “O jogador brasileiro é o melhor do mundo porque não estuda”. Tal declaração, importantíssima por sinal, não foi contestada nem alentada, segundo minhas observações, por nenhum comentarista ou órgão da mídia. Por que será? O ópio do futebol cegou a todos?