VIAJAR É PRECISO - I

VIAJAR É PRECISO - I

Francisco Alonso

Inicialmente quero pedir desculpas aos meus seis fiéis leitores, ou melhor, sete, pois recebi um e-mail do Sr. Igor Gama, da cidade de São Sebastião do Caí - RS, o qual se declara um inveterado leitor dos meus artigos e me inunda de imerecidos elogios. Obrigado, Igor, mas não exagere! Bem... voltando ao tema de hoje, peço escusas aos meus abnegados ledores por ter me ausentado das páginas do sitepopular sem lhes dar uma satisfação. Entretanto, tenho certeza, vocês irão me perdoar após saberem o motivo da mi-nha evaporação e me darão razão por fazer o que fiz.

Após o término da série – Lula: anjo ou demônio – Mister X me ligou apreensivo e recomendava me ausentar imediatamente de Eunápolis. Depois de muito insistir, ele me revelou o motivo: soube que “homens po-derosos” de Brasília queriam minha cabeça e o restante do corpo de qualquer maneira. Como não sou de me amedrontar facilmente, pouca significância dei ao seu conselho. Entretanto, fatos estranhos começaram a me rodear: meu telefone, quando conseguia ligar, estava cheio de ruídos bizarros, típicos de estar grampeado; um carro rondava minha residência diversas vezes ao dia e fazia paradas suspeitas na esquina por longos minutos; um homem me seguia ferrenhamente por toda cidade e fazia questão que eu notasse sua presença. Para encerrar este capítulo de terror, chegaram ao cúmulo, por ve-zes seguidas, de colocar na janela da minha casa poderosas bombas juninas que estremeciam até os alicerces do Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro.

As conseqüências de tudo isso, foram intermináveis noites de insônia e uma taquicardia desmesurada. Para completar meu infortúnio, minha patroa Leonilda começou a me cobrar a falta de um carinho, de um aconche-go sexual. Mas como eu poderia voltar aos meus exercícios diários de alcova se meus nervos estavam em frangalhos com tudo que estava acontecendo? Temeroso de que meus cabelos pudessem cair e que uma peruca de touro seria inevitável, tentei reagir. Procurei o velho e querido amigo Professor Hetí-lico D. Kanna, respeitável sexólogo e conselheiro sentimental, em seu consul-tório de Porto Seguro para me aconselhar. Empós lhe contar todo o meu drama, ele disse: Por que você não faz uma viagem distante para onde nin-guém saiba do seu paradeiro? Por que você não aproveita o mês de outubro e retorne a Blumenau para mais uma Oktoberfest? – e completou – Você verá que os homens de Brasília irão lhe esquecer e sua atividade sexual voltará rejuvenescida! Após pensar no parecer do sábio mestre, pensei: Por que não... será um belo passeio e aproveito para rever o querido amigo Fábio! An-tes de sair do consultório, o professor ainda recomendou: Por que você não aproveita o passeio e vai conhecer o Rio Grande do Sul? Tenho certeza que voltará encantado!

Ao chegar em casa, contei a patroa das recomendações do pro-fessor. Ela ficou exultante e perguntou de chofre: - Quando iremos? Iremos de carro ou de moto? Como já tínhamos ido em 2004 a Blumenau de moto e retornamos em janeiro do corrente ano de carro, respondi: - Iremos de carro e moto. Como já conhecemos todos os pontos turísticos até Blumenau, e a viagem é longa, iremos de carro e a moto levaremos na carreta. Quando che-garmos a Blumenau deixaremos o carro, a carreta e partiremos de moto para conhecer o Rio Grande do Sul. A patroa assentiu com meus planos e no dia 13 de outubro partimos para Santa Catarina.

30.11.2005

francisco alonso
Enviado por francisco alonso em 09/09/2012
Código do texto: T3872929
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.